São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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CUIABÁ

Jovem de 16 anos ficou sob a mira de uma pistola durante 3 horas; criminoso, de 17 anos, se entregou; ninguém ficou ferido

Estudante é feito refém dentro de escola

Evilázio Alves/ "Diário de Cuiabá"
Estudante de 16 anos é feito refém durante 3 horas em tradicional escola pública de Cuiabá (MT)


FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

Perseguido pela polícia depois de um assalto, um jovem de 17 anos invadiu uma escola e manteve um estudante de 16 anos sob a mira de uma pistola durante cerca de três horas ontem de manhã, na região central de Cuiabá (MT). Apesar de o criminoso ter disparado contra a polícia dentro da escola, ninguém ficou ferido.
De acordo com a Polícia Civil, a confusão começou depois que o adolescente rendeu um auxiliar de escritório dentro do estacionamento de uma agência bancária do Bradesco, a cerca de 300 metros da escola, e levou um malote de cheques.
A Polícia Militar foi acionada e pouco depois localizou o jovem, que largou o malote e correu na direção do Liceu Cuiabano, a escola pública mais tradicional do Estado de Mato Grosso, fundada em 1879.
Por volta das 10h30, o ladrão entrou por um portão da escola e atravessou correndo o pátio que separa as salas de aula da quadra de esportes. Na hora, havia no prédio cerca de 750 alunos.
Quando percebeu que a polícia o havia cercado, o jovem agarrou um estudante do 3º ano do ensino médio que estava na quadra de esportes. Ele disparou uma vez contra os policiais, que não reagiram. Em seguida, o assaltante apontou a pistola engatilhada para a cabeça do rapaz.
A diretora do liceu, Nanci do Espírito Santo, disse que os professores acalmaram os alunos, que, sob orientação da polícia, só saíram do prédio duas horas mais tarde, por uma porta lateral.
Segundo o delegado Marcos Veloso, 49, que participou das negociações, o sequestrador exigiu um carro e a presença da namorada, do advogado e da imprensa.
A polícia concordou em chamar a namorada e o advogado, mas se negou a entregar o carro.
Em troca, o rapaz desengatilhou a pistola.

Cinegrafista
Depois de cerca de duas horas, a situação voltou a ficar tensa. O sequestrador viu um cinegrafista em cima do telhado de uma casa vizinha e, confundindo-o com um policial, voltou a engatilhar a pistola.
A polícia conseguiu convencê-lo do mal-entendido e retirou o cinegrafista do local.
Pouco mais tarde, com a presença do advogado e diante de câmaras de filmar e máquinas fotográficas, o rapaz se entregou.
De acordo com a Secretaria da Educação, esse foi o primeiro caso do gênero na história da escola, que já teve alunos ilustres como o ex-governador e candidato a senador Dante de Oliveira (PSDB).


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