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LEGISLATIVO
Projeto aprovado em 1ª votação reduz de 5 para 2 o número de comissões "automáticas"
Regra dificulta CPIs na Câmara de SP
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma regra aprovada ontem na
Câmara Municipal restringe a
instalação de CPIs no Legislativo.
Elaborada a cerca de um ano das
eleições, a medida prejudica o
principal mecanismo de investigação no Legislativo. Foi em uma
CPI, por exemplo, que acabou
descoberto em 1999 o envolvimento de vereadores com a máfia
dos fiscais, que terminou com
duas cassações.
O projeto foi aprovado em primeira votação com o número mínimo necessário, de 28 vereadores. Oito foram contrários. O autor da proposta é o líder do PT na
Câmara, José Laurindo. A votação
final deve ocorrer na próxima semana, segundo o líder do governo, João Antonio (PT).
Pelo projeto aprovado ontem, o
número de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) que entram automaticamente em funcionamento com o término de
outras cai de cinco para dois.
Atualmente, há uma fila de mais
de 70 pedidos de investigação na
Câmara. Quando acaba uma CPI,
é feito um acordo e entra outra.
Na nova regra, apenas duas
CPIs entrariam em funcionamento automaticamente. Para que
fossem criadas outras, seria necessária a aprovação em plenário
de ao menos 28 vereadores, o que
é muito mais difícil. O número
máximo de comissões em andamento segue o mesmo (cinco).
Defensor do projeto, o vereador
João Antonio afirmou que a mudança não afeta a capacidade de
investigação da Câmara Municipal, porque segue a possibilidade
de que sejam criadas cinco CPIs.
"A vontade do Legislativo continua prevalecendo", afirmou.
A oposição tucana disse que o
projeto tem como objetivo enterrar definitivamente a CPI dos
Transportes. O líder do governo
rebateu que na Assembléia
-controlada pelo PSDB- não
há nenhuma comissão em andamento. E falou inclusive que lá toda CPI depende de voto em plenário. Questionado se isso não é
um indicativo das dificuldades da
nova regra, afirmou: "Não. Isso
depende de outro fator, que é a
concepção de democracia".
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