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SAÚDE
Serviço terá dez bancos de coleta de sangue de cordão umbilical; tempo para encontrar doador deve cair de 6 meses para 40 dias
Rede deve reduzir espera por transplante
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Saúde lançou
ontem o Brasilcord, rede pública
de bancos de sangue de cordão
placentário e umbilical. O material é coletado logo após o nascimento para a obtenção de células-tronco, que, a princípio, podem
gerar qualquer tipo de tecido (como pele, ossos e ligamentos).
A medida beneficiará pessoas
com leucemia, por exemplo, que
dependem do transplante de medula óssea e da espera de mais de
seis meses. Segundo o Ministério
da Saúde, das 2.500 novas demandas por medula óssea por ano, em
1.500 casos não é encontrado um
parente que possa ser doador.
Segundo o ministro Humberto
Costa, com a nova rede o prazo
para achar um doador compatível
será de 40 dias e a chance de transplante passará de 35% para 90%.
A meta do governo é criar dez
bancos públicos de sangue de cordão umbilical nos próximos cinco
anos, todos integrados pela Brasilcord. Hoje, o único banco desse
material em operação é o do Inca
(Instituto Nacional de Câncer),
no Rio de Janeiro, que tem 600
bolsas de sangue congeladas.
Para abarcar toda a diversidade
genética dos brasileiros, o ministério considera ideal ter pelo menos 20 mil amostras -o que o governo pretende alcançar até 2009.
Ontem, parceria firmada pelo
ministro com o Hospital Israelita
Albert Einstein definiu a criação
de três bancos públicos em São
Paulo: um no próprio Einstein,
com coleta imediata, outro no hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e um
terceiro na USP de Ribeirão Preto.
Apesar de já terem a estrutura necessária, os dois últimos não dispunham de recursos para a coleta.
Com a parceria, o hospital israelita terá de aplicar em cinco anos
R$ 45 milhões nos três bancos.
O ministério quer investir R$ 28
milhões no primeiro ano da rede
para colher as amostras. Outros
R$ 18 milhões serão investidos até
2006 na estrutura física de seis
bancos a serem criados em Belém,
Belo Horizonte, Brasília, Curitiba,
Porto Alegre e Recife.
Após a coleta da amostra, que
custa US$ 1.000, o sangue do cordão umbilical pode ser mantido
até por 20 anos, a US$ 300/ano.
Cadastro
Para receber células-tronco do
sangue do cordão umbilical, o paciente deve ser cadastrado pelo
Redome (Registro Nacional de
Doadores de Medula Óssea). A fila é única. O dado é, então, cruzado com o da Brasilcord, para a
busca por doadores compatíveis.
O sangue só será coletado com
autorização da mãe. Não há risco
ao recém-nascido, já que o sangue
é colhido do cordão e da placenta,
que são jogados fora.
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