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Cresce total de crianças que trabalham em casa
DA SUCURSAL DO RIO
O percentual de crianças entre dez e 15 anos que fazem trabalho doméstico foi o que mais
cresceu nos últimos dez anos,
de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE.
O estudo mostra que 5,4%
das crianças nessa faixa etária
que trabalhavam estavam ocupadas no próprio domicílio em
1997, contra 8% no ano passado. O trabalho de crianças fora
de casa -em outro domicílio ou
em área ou via pública- também teve aumento.
O percentual de crianças que
prestava trabalhos domésticos
para outra pessoa passou de
8%, em 1997, para 9,1%, em
2007. Já a proporção de crianças que trabalhavam em área
ou via pública subiu de 5% para
5,7%, entre 1997 e 2007.
Em compensação, houve
queda na ocupação em fazendas, sítios e granjas -a participação teve queda de 43,4% para
36,5%. Também caiu a proporção das crianças ocupadas em
lojas, oficinas e fábricas (de
26,9% a 24,5%).
Apesar do aumento na proporção de crianças ocupadas
em alguns locais, houve redução do trabalho infantil em todas as áreas, de acordo com o
IBGE. Em 1997, 20,6% das
crianças de dez a 15 anos estavam trabalhando, enquanto no
ano passado eram 12,8%.
"Os resultados indicam que
está havendo maior fiscalização do Ministério do Trabalho", afirmou Lara Gama, do
IBGE. De acordo com ela, o
trabalho em casa pode estar
relacionado à colaboração para
a família na produção de algo
para vender.
"Em números absolutos, o
trabalho infantil caiu em todas
as formas de ocupação, o que
mudou foi a distribuição dessa
mão-de-obra", disse Gama.
Para o coordenador do programa de erradicação do trabalho infantil na Organização Internacional do Trabalho, Renato Mendes, a mudança no perfil
do trabalho infantil impõe um
desafio para a estratégia de
combate a essa prática.
"O fiscal tem atuação limitada quando se trata de fiscalização do trabalho doméstico. Há
uma dificuldade de caracterizar uma atividade exploratória
num trabalho dentro da própria casa ou mesmo na rua",
afirmou ele.
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