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Cai total de famílias que vivem com meio salário
Número de famílias com renda per capita de até meio salário passou de 31,6%, em 1997, para 23,5%, em 2007
IBGE aponta como causa programas de transferência de renda e a melhora da economia; no Nordeste, a queda foi mais acentuada
DA SUCURSAL DO RIO
Os dados da Síntese de Indicadores Sociais mostram que o
número de famílias que viviam
com renda familiar per capita
de até meio salário mínimo
caiu desde 1997. Passou de
31,6% para 23,5% no ano passado. No Nordeste, a queda foi
mais expressiva; o percentual
passou de 53,9% para 43,1%.
Para o presidente do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eduardo
Nunes, apesar disso, o país ainda tem muito a melhorar na redução da pobreza.
"O número de famílias que
ainda vivem em condições de
pobreza é muito expressivo para o tamanho da riqueza que o
país produz", disse.
Segundo Ana Lúcia Saboia,
gerente de Indicadores Sociais
do instituto, a redução em termos percentuais do número de
famílias que vivem com renda
familiar per capita de até meio
salário mínimo é resultado dos
programas de transferência de
renda e também da melhora da
economia.
Nos últimos anos, aumentou
a fatia dos 20% mais pobres.
Em 2001, eles representavam
2,6% da renda total. No ano
passado, essa fatia aumentou
para 3,2% do total de rendimentos. A velocidade desse aumento é o ponto que ainda divide especialistas. De 2006 para
2007, por exemplo, os 20%
mais pobres ampliaram sua
participação de 3% para 3,2%.
O valor médio do rendimento familiar per capita ficou em
R$ 624 no ano passado. Apesar
disso, metade das famílias viviam com valores que ficavam
abaixo de R$ 380, que correspondia ao valor do salário mínimo em 2007.
De acordo com a pesquisa,
metade das famílias nordestinas viviam com até R$ 214 per
capita, enquanto no Sudeste este valor subia para R$ 441.
A relação dos rendimentos
dos 40% mais pobres e dos 10%
mais ricos, no entanto, tem caído e passou de 19,4 vezes em
2004 para 17,2 no ano passado.
Para a economista Lena Lavinas, da UFRJ, a queda na taxa
de desemprego é a principal
causa do aumento da renda per
capita das famílias.
Na sua avaliação, o Bolsa Família tem uma capacidade de
reduzir a "intensidade e severidade da pobreza", mas não de
diminuir o número de pobres.
"O que mais reduz a pobreza
é o emprego. E a economia vem
crescendo de forma sustentável. Em segundo lugar, os benefícios previdenciários, principalmente na zona rural, ajudam a aumentar a renda das famílias. A capacidade do Bolsa
Família, neste sentido, é muito
menor do que essas duas anteriores", disse.
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