São Paulo, sexta-feira, 25 de setembro de 2009

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Explosão de loja arrasa casas e mata 2

Acidente em comércio de fogos de artifício em Santo André deixou 15 feridos e destruiu 4 casas; outros 30 imóveis foram esvaziados

Carro, tijolos e madeira voaram com explosão, dizem moradores; rua em bairro de classe média ficou encoberta por destroços e fumaça

Heidir Marin/Folha Imagem
Com as roupas rasgadas, morador observa destroços

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A explosão de uma loja que vendia fogos de artifício e brinquedos, localizada em uma rua repleta de casas e pequenos comércios em Santo André (Grande SP), matou duas pessoas, feriu outras 15 e destruiu quatro casas. O local ficou devastado -outras 30 casas foram evacuadas e a rua ficou encoberta por destroços, sujeira e uma fumaça espessa.
O incêndio, seguido por várias explosões, teve início por volta das 12h30 de ontem. Moradores dizem que um carro, pedaços de tijolos e madeira voaram com a explosão, ouvida a uma distância de 5 km.
"Só vi as janelas se dobrando, entrando, vidro caindo. Não sabia se era avião ou terremoto", disse Doraci Vitorino, 66, que vive a cerca de 100 m do local.
"Parece terra arrasada", afirmou Luiz Humberto Navarro, comandante do Corpo de Bombeiros.
A suspeita da polícia é de que a explosão foi provocada porque havia explosivos no local. A loja, porém, só tinha licença para vender os fogos e estava em situação irregular na prefeitura. O dono do imóvel, que está desaparecido, já havia sido preso por armazenar explosivos.
O acidente ocorreu após uma antena de televisão que estava sendo instalada no telhado da loja encostar na rede elétrica.
Primeiro, saiu fogo dos fios. Em seguida, começou a pegar fogo dentro da casa. Só depois houve a primeira explosão.
Com a explosão, morreram Ana Maria Martins, 58, que trabalhava como faxineira na casa dos donos da loja, e Denian Castellani, 41, primo do dono.

"Filme de terror"
Mabel Carvalho, 36, vizinha da loja, disse ter saído de casa quando viu o fogo na fiação. Com a explosão, foi arremessada a dez metros de distância. "Parecia um filme de terror."
A 300 m dali, um caminhão de lixo perdeu o controle por conta da explosão e bateu num carro. Ninguém se feriu.
Maria Felici, 48, vendedora, teve a casa inundada porque a caixa d'água estourou. Ela mora na mesma rua, a 50 metros da loja que explodiu.
Vizinho dela, Gustavo Rubino, 21, estava no centro da cidade (a 4 km do local) quando ouviu a explosão. Só ficou sabendo que a casa dele ficou parcialmente destruída quando um primo, que trabalha na polícia, telefonou para avisar. "Jamais imaginei que era por causa da loja ao lado da minha casa, que sempre vendia pipas."
(ROGÉRIO PAGNAN, PABLO SOLANO E EVANDRO SPINELLI)


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