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Idosa morre após ser torturada em assalto
Chinesa, de 70 anos, levou coronhadas e socos na cabeça e no tórax em sua casa, no Cambuci; tortura durou cerca de uma hora
Polícia Civil suspeita
que crime tenha sido cometido por quadrilha especializada em roubar comerciantes orientais
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
Assaltantes invadiram a casa
de uma aposentada chinesa, de
70 anos, e a torturaram por cerca de uma hora, anteontem à
noite, no Cambuci (centro de
SP). Ela levou coronhadas e socos na cabeça e no tórax. Lu
Chen Tze foi levada ao hospital,
mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Na casa, cinco ou seis bandidos, segundo a polícia, agrediram a aposentada querendo saber onde ela guardava dinheiro.
O delegado Giuliano de Migueli, do 5º DP, suspeita que o
crime tenha sido cometido por
uma quadrilha que rouba comerciantes orientais porque
eles, teoricamente, guardam
dinheiro em casa. Ninguém havia sido preso pela polícia até o
início da noite de ontem.
O assalto começou quando a
aposentada saiu de casa para
colocar o lixo na rua, por volta
das 21h. Como nenhuma porta
ou janela foi arrombada, a polícia acredita que os ladrões entraram na casa nessa hora.
Vizinhos disseram que não
perceberam a movimentação,
apenas viram um desconhecido na rua, mas não comunicaram à Polícia Militar.
A tortura só parou quando o
filho da chinesa, o comerciante
Lu Chen Hsun, 44, chegou em
casa. De seu carro, ele viu um
homem desconhecido perto da
janela e telefonou para a PM.
Os ladrões fugiram pulando
um portão. Eles roubaram duas
câmeras fotográficas e documentos da aposentada e deixaram vários eletrodomésticos
enfileirados prontos para serem levados.
O comerciante achou a mãe
consciente e ferida. Em seguida, ela desmaiou e foi levada
para o hospital, onde morreu.
Outros casos
Foi o quarto caso de assalto
violento neste mês em bairros
de classe média e média alta da
Grande São Paulo.
Há uma semana, um casal e o
filho de quatro anos foram torturados por assaltantes no Morumbi. No mesmo bairro, no
dia 18, três ladrões foram presos após invadir a casa de um
advogado e agredi-lo com coronhadas.
Sem apresentar dados, o delegado Waldomiro Milanesi, do
Deic (departamento que investiga o crime organizado), diz
que esses casos podem mostrar
que as quadrilhas estão mudando a área de atuação. Ele diz
que cinco pessoas presas neste
mês por roubo a casas já tinham assaltado bancos antes.
Colaborou LÉO ARCOVERDE , do "Agora"
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