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ANÁLISE ENSINO SUPERIOR
Número de matrículas em "reprovadas" ainda é grande
Dados preliminares indicam leve melhora na distribuição de estudantes
OSCAR HIPÓLITO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Os dados preliminares
do Censo da Educação Superior de 2009 indicam uma leve melhora na distribuição
do número de estudantes
matriculados nas instituições de ensino superior avaliadas pelo MEC (Ministério
da Educação).
Essa sinalização é vista pelo IGC (Índice Geral de Cursos
da Instituição), que é um indicador que leva em conta,
em sua composição, a qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação
(mestrado e doutorado) oferecidos.
Apesar de o número total
de matriculados nas instituições avaliadas permanecer
praticamente o mesmo de
2008, em 2009 houve uma
diminuição de 7,5% nas matrículas em instituições com
IGC 1 e 2 e de 1,8% naquelas
com IGC 3 .
Entretanto, houve um aumento de 11% no número de
matrículas em instituições
com IGC 4 e 5, que são as
mais bem avaliadas pelo Ministério da Educação.
Uma das possíveis explicações para esse fato poderia
ser o reflexo dos resultados
da avaliação, aumentando o
interesse dos estudantes por
instituições mais bem avaliadas. Fato esse que, sem dúvida, deverá ocorrer no futuro.
Entretanto, essa alternativa necessitaria de aprofundamento na análise dos dados, uma vez que apenas o
número de ingressantes nessas instituições pode não justificar o aumento verificado.
EXPANSÃO
Outra possibilidade, mais
realista, viria da expansão do
número de vagas no sistema
federal de ensino superior,
com a criação de algumas novas instituições e de muitos
campi avançados de universidades já existentes.
O aumento de matriculados em 2009 nas federais
está compatível com a variação do número de estudantes
em instituições com IGC 4 e
5, que são os conceitos
da quase totalidade das IES
federais.
Por outro lado, a queda de
matrículas em instituições
não bem avaliadas, com IGC
1 e 2, pode ter sido provocada
pela oferta de vagas no setor
público federal em regiões
mais distantes dos grandes
centros.
Em que pese o aumento
dos alunos em instituições
mais bem avaliadas, há que
se considerar que é ainda
muito grande o número
de mais de 680 mil estudantes matriculados (correspondendo a 15% do total) em
instituições admitidas como
ruins pelo Ministério da Educação.
Espera-se que alguma
ação seja tomada com urgência para corrigir essa deficiência em defesa dos alunos
e da sociedade.
OSCAR HIPÓLITO, ex-diretor do Instituto
de Física e Química de São Carlos, USP, é
pesquisador do Instituto Lobo para o
Desenvolvimento da Educação, da Ciência
e da Tecnologia
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