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USP cria "nariz eletrônico" para encontrar drogas
Projeto da universidade, em Ribeirão Preto, identifica a presença de moléculas de maconha e cocaína no ar
Teste é feito em menos de um minuto e poderá ser, no futuro, opção confiável para ser usado por peritos criminais
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Pesquisadores da USP de
Ribeirão Preto criaram um
equipamento que pode, no
futuro, "aposentar" os cães
farejadores de drogas. Batizado de "nariz eletrônico",
consegue identificar a presença de cocaína e maconha
em menos de um minuto.
Desenvolvido pelo químico Matheus Manoel Teles de
Menezes, com orientação do
professor Marcelo Firmino de
Oliveira, o equipamento detecta até mesmo pequenas
quantidades de drogas no ar.
"A ideia do equipamento
nasceu da necessidade de se
encontrar uma forma de detectar drogas de maneira rápida e segura", diz Menezes.
Hoje, os peritos criminais
utilizam o teste colorimétrico
com tiocinato de cobalto.
O problema é que pode
apresentar resultados falso-positivos. O método também
não é 100% confiável para a
identificação de maconha.
OURO
O "nariz eletrônico" mede
2,5 cm e é composto por uma
lâmina de quartzo, parcialmente coberta por uma película de ouro (veja ao lado).
Ele é ligado na rede elétrica e num frequencímetro
-que mede a vibração.
O segredo é o uso de um
modificador químico- que o
pesquisador não revela por
estar em processo de patente- que reage com as moléculas da cocaína e maconha.
O modificador é aplicado
na película de ouro, que passa a atrair as moléculas de cocaína e maconha. Se houver
uma das substância no ar, a
vibração da lâmina fica abaixo do padrão de 10 MHz, já
que estará mais pesada.
"Um modificador captura
apenas as moléculas de cocaína e outro diferente atrai
as de maconha, mas não há a
possibilidade de atrair moléculas de outros produtos. Então, quando há vestígios da
droga no ambiente, a vibração da lâmina diminui, indicando que há massa de cocaína ou de maconha no ar."
Como utiliza peças de baixo custo, o equipamento, segundo o pesquisador, poderá
ser vendido por cerca de R$
200. Cada um pode fazer ao
menos três testes de cocaína
e até seis de maconha.
"Estamos ampliando o
projeto para pegar variantes
de cocaína e seus adulterantes, como talco, pó de vidro,
cafeína e anfetaminas. Também pretendemos expandir
o número de testes que cada
aparelho vai poder fazer."
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