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Família enterra em segredo advogada do PCC
DA REPORTAGEM LOCAL
A advogada do PCC Ana Maria
Olivatto Herbas Camacho, assassinada a tiros em uma suposta
guerra entre lideranças da facção,
foi enterrada pela família em segredo, ontem, em Guarulhos
(Grande São Paulo).
A mãe, irmãos, duas colegas e o
filho -menos de dez pessoas-
acompanharam o funeral antes
das 7h. Familiares da advogada
não queriam cobertura da imprensa e exposição.
"Todos nós queremos ver as
pessoas que fizeram isso na cadeia, inclusive o marido dela",
afirma um parente que pediu à
Folha para não ser identificado.
O assaltante de banco Marcos
Willians Herbas Camacho, o
Marcola, um dos fundadores do
PCC e marido de Ana, não quis
sair do presídio de Araraquara
(273 km de SP) para ir ao enterro.
Ele recebeu a notícia do assassinato anteontem e teria dito que "cobraria essa dívida pessoalmente".
A polícia tem pistas de um suspeito de ter assassinado a advogada, quando ela saía de casa em
Guarulhos, anteontem. "Está havendo uma guerra entre eles",
afirma o diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado), o delegado
Godofredo Bittencourt.
De um lado da luta pelo poder,
estaria Marcola e César Augusto
Roris da Silva, o Cesinha. Do outro, José Márcio Felício, o Geleião.
O motivo das divergências seria
a decisão de Geleião de promover
atentados para pressionar o governo a rever o isolamento das lideranças do PCC, que estão detidas no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes
-o único no país com equipamento que bloqueia celulares.
Ontem, o presídio de Araraquara entrou em luto, por ordem de
Marcola. Por alguns minutos, os
presos não jogaram bola no pátio
da unidade -como fazem todos
os dias- e dedicaram orações à
advogada.
O luto, porém, foi mais modesto
do que outros lutos realizados na
unidade, como por exemplo
quando 12 integrantes da facção
criminosa foram mortos em Sorocaba, em março deste ano, após
confronto com a Polícia Militar.
Na época, o luto durou todo o dia
e nenhuma atividade foi praticada
pelos detentos, além das orações.
A polícia deve divulgar hoje um
retrato falado do homem que atirou em Ana. Ontem, ele não foi
divulgado porque policiais do
Deic procuravam um suspeito
-integrante do PCC.
Colaborou a Folha Ribeirão
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