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ABASTECIMENTO
Na região, o município mais afetado pela escassez de chuvas é Uberaba (MG), segundo o governo federal
Falta de água ameaça 45 cidades do Sudeste
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A população de 45 cidades da
região Sudeste e de uma do Paraná pode ficar sem o mínimo de
água recomendado pela OMS
(Organização Mundial da Saúde)
-80 litros diários por habitante- caso não chova nos próximos dias. De acordo com o ministro José Carlos Carvalho (Meio
Ambiente), esses municípios estão em situação "preocupante".
Além dessas cidades, o país tem
ainda outros 550 municípios do
Norte e do Nordeste -regiões
que tradicionalmente enfrentam
estiagem nesta época do ano-
que decretaram situação de emergência. Essas regiões estão sendo
atendidas por caminhão-pipa, e
as famílias carentes recebem uma
bolsa no valor de R$ 30.
Entre as cidades em situação
"preocupante", Uberaba (MG) é a
que ocupa o topo da lista elaborada pelo governo a partir do risco
de problemas no abastecimento.
O rio Paraíba do Sul está com apenas 32% da vazão normal no ponto onde a água do município é coletada. O volume está baixo devido à seca e ao uso, não-autorizado, por empresas e indústrias.
A ANA (Agência Nacional de
Águas) espera que o volume retorne ao normal em novembro,
quando as chuvas recomeçam.
Após dois anos de criação da
agência e de seis anos com chuvas
abaixo do necessário para repor o
nível dos reservatórios, agora o
governo federal diagnosticou a
necessidade de implantar medidas para evitar crises no abastecimento de água.
Segundo o Ministério do Meio
Ambiente, o ideal é que os governos estaduais e municipais elaborem leis para cobrar pelo fornecimento de água para empresas. No
caso do rio Paraíba do Sul, uma
comissão deve instalar a cobrança
a partir de novembro.
Dificuldades
O levantamento de dados sobre
a situação dos reservatórios feito
pelo ministério esbarra na falta de
informações. Atualmente, o governo avalia apenas a situação e
nível dos grandes rios, utilizados
na geração de energia, deixando
sem medição os rios intermediários e pequenos -usados para
abastecimento de água potável.
Devido a essa falha, o governo
pretende fazer um cadastramento
das bacias disponíveis e instalar
novos pontos medidores de nível
da água. Assim seria possível, em
caso de necessidade, determinar a
interrupção do uso da água para
outros fins que não fossem o
abastecimento da população. O
fornecimento de água para a população deve ser prioridade em
situações extremas, de acordo
com a lei nš 9.433/97.
Um convênio com a OMM (Organização Metrológica Mundial)
garante U$ 2,1 milhões, nos próximos cinco anos, para a ampliação
do número de medidores.
Outra medida será a identificação nacional de mananciais, por
meio do Plano Estratégico de
Abastecimento. O governo atualmente licita o plano, orçado em
R$ 1 milhão, para um trabalho
que vai até 2025.
Apesar de o brasileiro gastar
muito mais do que o recomendado pela OMS, o governo não estuda fazer campanhas para alertar
sobre o desperdício de água.
A média nacional de consumo é
de 150 litros por habitante por dia.
O campeão nacional é o bairro
Lago Sul, em Brasília, com média
de 600 litros diários por pessoa.
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