São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 2005

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ABALO

Segundo especialistas, fenômeno, que atingiu 2 graus na escala Richter na zona norte, é raro e pouco provável que volte a ocorrer

Movimento de rochas causou tremor em SP

LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma movimentação de rochas que se romperam no subsolo da cidade de São Paulo foi a causa do tremor de terra sentido por moradores de vários bairros da zona norte na noite de anteontem. Segundo especialistas, o fenômeno não teve relação com um terremoto ocorrido na cordilheira dos Andes no mesmo dia.
Apesar de ter assustado as pessoas, o fenômeno não causou prejuízos aos moradores, segundo informações da Defesa Civil municipal. O tremor, dizem os especialistas, é natural e aconteceu devido a pressões de forças geológicas no interior da terra.
Segundo o professor Marcelo Assumpção, coordenador da equipe do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP (Universidade de São Paulo) que está analisando o tremor, o fato é raro em São Paulo e é pouco provável que ele volte a ocorrer.
O único registro na cidade, segundo os pesquisadores, ocorreu em agosto de 1999 na zona sul. Na época, o fenômeno atingiu dois graus na escala Richter -mesmo índice do registrado anteontem.
Os pesquisadores instalaram ontem um sismógrafo (instrumento capaz de detectar tremores de terra) no Tremembé, bairro da zona norte da cidade de onde provavelmente partiu o abalo. A intenção dos pesquisadores é determinar a abrangência da área atingida e o ponto exato onde começou o tremor.

Raio de 4 km
O fenômeno ocorreu exatamente às 22h22. Foi sentido num raio de cerca de quatro quilômetros nos bairros Horto Florestal, Mandaqui, Lauzane Paulista, Vila Medeiros e Jardim Tremembé.
Segundo o professor Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), a população sentiu o tremor porque a movimentação das rochas aconteceu numa área próxima à superfície.
Segundo estimativas dos pesquisadores, o fenômeno ocorreu numa profundidade entre um e dois quilômetros do solo.
Moradores da área atingida relataram que ouviram um estrondo acompanhado do tremor de terra. A Defesa Civil municipal recebeu cerca de 80 chamados na noite de domingo de pessoas que queriam informação sobre o que havia acontecido.

Susto
"O chão tremeu, e as portas bateram como se fosse uma ventania, mas não tinha vento", disse a comerciante Maria Onilda da Silva, 57, do Horto Florestal.
Já o auxiliar técnico de futebol Walter Serafim, 45, de Lauzane Paulista, disse que pensou que era um terremoto. "Ouvi um estouro e a casa tremeu. Achei que era terremoto porque sempre morei aqui e nunca vi o chão tremer."


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