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ABALO
Segundo especialistas, fenômeno, que atingiu 2 graus na escala Richter na zona norte, é raro e pouco provável que volte a ocorrer
Movimento de rochas causou tremor em SP
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma movimentação de rochas
que se romperam no subsolo da
cidade de São Paulo foi a causa do
tremor de terra sentido por moradores de vários bairros da zona
norte na noite de anteontem. Segundo especialistas, o fenômeno
não teve relação com um terremoto ocorrido na cordilheira dos
Andes no mesmo dia.
Apesar de ter assustado as pessoas, o fenômeno não causou prejuízos aos moradores, segundo
informações da Defesa Civil municipal. O tremor, dizem os especialistas, é natural e aconteceu devido a pressões de forças geológicas no interior da terra.
Segundo o professor Marcelo
Assumpção, coordenador da
equipe do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP (Universidade de São Paulo) que está analisando o tremor, o fato é raro em
São Paulo e é pouco provável que
ele volte a ocorrer.
O único registro na cidade, segundo os pesquisadores, ocorreu
em agosto de 1999 na zona sul. Na
época, o fenômeno atingiu dois
graus na escala Richter -mesmo
índice do registrado anteontem.
Os pesquisadores instalaram
ontem um sismógrafo (instrumento capaz de detectar tremores
de terra) no Tremembé, bairro da
zona norte da cidade de onde provavelmente partiu o abalo. A intenção dos pesquisadores é determinar a abrangência da área atingida e o ponto exato onde começou o tremor.
Raio de 4 km
O fenômeno ocorreu exatamente às 22h22. Foi sentido num raio
de cerca de quatro quilômetros
nos bairros Horto Florestal, Mandaqui, Lauzane Paulista, Vila Medeiros e Jardim Tremembé.
Segundo o professor Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório
Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), a população sentiu
o tremor porque a movimentação
das rochas aconteceu numa área
próxima à superfície.
Segundo estimativas dos pesquisadores, o fenômeno ocorreu
numa profundidade entre um e
dois quilômetros do solo.
Moradores da área atingida relataram que ouviram um estrondo acompanhado do tremor de
terra. A Defesa Civil municipal recebeu cerca de 80 chamados na
noite de domingo de pessoas que
queriam informação sobre o que
havia acontecido.
Susto
"O chão tremeu, e as portas bateram como se fosse uma ventania, mas não tinha vento", disse a
comerciante Maria Onilda da Silva, 57, do Horto Florestal.
Já o auxiliar técnico de futebol
Walter Serafim, 45, de Lauzane
Paulista, disse que pensou que era
um terremoto. "Ouvi um estouro
e a casa tremeu. Achei que era terremoto porque sempre morei
aqui e nunca vi o chão tremer."
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