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Loja com produto ilegal terá licença cassada
Kassab regulamentou lei que prevê a medida para lojistas e ambulantes flagrados com mercadorias de origem criminosa
Metade das mercadorias irregulares apreendidas em operações estavam em pontos de comércio com alvará, afirma a polícia
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), regulamentou ontem a lei que prevê a
cassação das licenças de lojistas
e ambulantes flagrados pela polícia com mercadorias de origem criminosa. Estão incluídos
produtos falsos, contrabandeados, piratas ou roubados.
O decreto de Kassab que regulamentou a lei, de junho deste ano, determina que as subprefeituras solicitem das polícias Federal e Civil, todas as semanas, a relação dos comerciantes e ambulantes autuados.
A Adepi (Associação de Defesa da Propriedade Intelectual)
vinha cobrando uma atuação
mais incisiva de prefeituras no
combate à pirataria. Ela estima
que somente o setor audiovisual sofreu perdas de US$ 198
milhões no ano passado no Brasil com a concorrência ilegal.
Além da exposição e da venda, a lei pune até mesmo os estabelecimentos que estocarem
as mercadorias ilegais, como
ocorre no centro de São Paulo.
Há em São Paulo 6.000 ambulantes e 30 mil estabelecimentos sujeitos à fiscalização.
Após ser notificado pela prefeitura, o infrator terá prazo de 15
dias para se defender. Segundo
o Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), cerca de 50% das
mercadorias apreendidas nas
operações estavam em pontos
de comércio com alvará.
"A medida vai nos ajudar a
parar de enxugar gelo. Não temos autorização para fechar
um estabelecimento que vende
mercadoria pirata. A lei é a primeira medida para combater
na raiz a pirataria nas galerias
da 25 de Março que possuem
alvará e os lojistas que escondem estoques para camelôs
clandestinos", diz o delegado
Édson Soares, da divisão de
combate à pirataria do Deic.
O economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo,
Marcel Solimeo, disse considerar que a aplicação da lei, embora bem-vinda, será insuficiente para acabar com o comércio ilegal. Para ele, só uma
ação integrada entre a Receita e
a Polícia Federal, em conjunto
com a Polícia Civil e a Fazenda
do Estado, poderão impedir a
venda de mercadorias ilegais.
Colaborou DIEGO ZANCHETTA, do ""Agora"
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