São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Serra terá que cortar gastos do Metrô e só poderá reajustar tarifa no fim de 2007

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador eleito José Serra (PSDB) terá de fazer cortes de gastos no Metrô logo no primeiro ano de sua gestão e não poderá aumentar novamente a tarifa para cobrir os custos.
Ontem, o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, confirmou que, com a tarifa de R$ 2,30 -valor que passará a vigorar no dia 30-, projeta-se um déficit de R$ 30 milhões para 2007 nas contas do Metrô.
Para Fernandes, o valor é irrisório para a empresa, que tem faturamento anual de R$ 1,2 bilhão. Mesmo assim, disse que será necessário fazer cortes.
"Você busca brigas mais fortes nos mercados nas correções e nas atualizações contratuais, você comprime também reivindicações corporativas e possivelmente você chega em dezembro com menos de 2,5% [de déficit]", disse o secretário.
Fernandes não detalhou quais contratos podem ser afetados. Deu apenas o exemplo de que é possível ajustar valores de contratos de serviços, como limpeza e segurança.
O aumento do número de passageiros também ajudará a aumentar o faturamento e, por conseqüência, reduzir o déficit, disse Fernandes. Ele citou o aumento de demanda com a inauguração da estação Alto do Ipiranga, prevista para março.
Um novo reajuste logo no início do ano é proibido por lei. Uma lei federal estabelece que as tarifas públicas só podem ser reajustadas uma vez por ano, sempre tomando como referência o mês do reajuste anterior. Na prática, novo reajuste só poderá ser feito a partir de novembro de 2007.
A tarifa de R$ 2,40 equilibraria as contas do Metrô, disse Fernandes. Segundo ele, com o subsídio do governo do Estado às gratuidades (estudantes, idosos, deficientes etc.), o valor cobriria todos os custos da empresa em 2007.
Um fator que minimizou o déficit previsto para o sistema é o valor do bilhete único -que permite a integração entre metrô, trens e ônibus-, fixado em R$ 3,50. Com esse valor, a diferença entre a soma das tarifas de ônibus e metrô -ambas fixadas em R$ 2,30- e o valor do bilhete único permanece nos atuais R$ 1,10.
Prefeitura e Estado bancam, cada um, metade dessa diferença -R$ 0,55 por passageiro. A manutenção do valor, que reduziu proporcionalmente o subsídio para o usuário, fará com que o governo mantenha o subsídio já previsto para 2007.


Texto Anterior: Saiba mais: Kassab deu aumento acima da inflação
Próximo Texto: Implantação de chip na frota de SP deverá custar até R$ 400 milhões
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.