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Serra terá que cortar gastos do Metrô e só poderá reajustar tarifa no fim de 2007
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador eleito José Serra (PSDB) terá de fazer cortes
de gastos no Metrô logo no primeiro ano de sua gestão e não
poderá aumentar novamente a
tarifa para cobrir os custos.
Ontem, o secretário de
Transportes Metropolitanos,
Jurandir Fernandes, confirmou que, com a tarifa de R$
2,30 -valor que passará a vigorar no dia 30-, projeta-se um
déficit de R$ 30 milhões para
2007 nas contas do Metrô.
Para Fernandes, o valor é irrisório para a empresa, que tem
faturamento anual de R$ 1,2 bilhão. Mesmo assim, disse que
será necessário fazer cortes.
"Você busca brigas mais fortes nos mercados nas correções
e nas atualizações contratuais,
você comprime também reivindicações corporativas e possivelmente você chega em dezembro com menos de 2,5% [de
déficit]", disse o secretário.
Fernandes não detalhou
quais contratos podem ser afetados. Deu apenas o exemplo
de que é possível ajustar valores de contratos de serviços, como limpeza e segurança.
O aumento do número de
passageiros também ajudará a
aumentar o faturamento e, por
conseqüência, reduzir o déficit,
disse Fernandes. Ele citou o aumento de demanda com a inauguração da estação Alto do Ipiranga, prevista para março.
Um novo reajuste logo no início do ano é proibido por lei.
Uma lei federal estabelece que
as tarifas públicas só podem ser
reajustadas uma vez por ano,
sempre tomando como referência o mês do reajuste anterior. Na prática, novo reajuste
só poderá ser feito a partir de
novembro de 2007.
A tarifa de R$ 2,40 equilibraria as contas do Metrô, disse
Fernandes. Segundo ele, com o
subsídio do governo do Estado
às gratuidades (estudantes,
idosos, deficientes etc.), o valor
cobriria todos os custos da empresa em 2007.
Um fator que minimizou o
déficit previsto para o sistema é
o valor do bilhete único -que
permite a integração entre metrô, trens e ônibus-, fixado em
R$ 3,50. Com esse valor, a diferença entre a soma das tarifas
de ônibus e metrô -ambas fixadas em R$ 2,30- e o valor do
bilhete único permanece nos
atuais R$ 1,10.
Prefeitura e Estado bancam,
cada um, metade dessa diferença -R$ 0,55 por passageiro. A
manutenção do valor, que reduziu proporcionalmente o
subsídio para o usuário, fará
com que o governo mantenha o
subsídio já previsto para 2007.
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