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CELSO DE PAULA GARCIA (1929-2008)
O radialista esportivo que garimpou Zico
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A prática de narrar futebol
de botão revelou a Celso Garcia o jeito para o radialismo.
E o olhar clínico que adquiriu para o futebol presenteou
torcidas com um craque.
Natural de Lorena (SP),
mudou-se criança para Belo
Horizonte (MG). Só que a
carreira não começou lá.
"Enquanto todo mundo ia ao
Rio conhecer o mar, ele foi
conhecer o Flamengo", brinca a neta. Nos anos 60, no
Rio, começou na Rádio Continental, como repórter.
Foi na Rádio Globo, porém, que começou na área
esportiva -na emissora,
aposentou-se nos anos 90.
Ficou conhecido como o Garoto do Placar. Teve também
passagem pela Rádio Tupi,
quando cobriu a Copa do
Mundo de 1978 -ao longo da
carreira, cobriu seis copas.
Chegou também a ser professor de radiojornalismo de
uma universidade do Rio.
Sua maior contribuição
para o futebol brasileiro foi
ter percebido o valor de um
moleque de nove, dez anos
que jogava perto de sua casa.
Uns quatro anos depois, levou o menino de apelido Zico
para o Flamengo. "Celso vivia em casa. Adorava o pastel
da minha mãe", lembra Fernando, irmão do jogador.
Zico, que estava no Uzbequistão quando o amigo
morreu, chamou-o em seu
site de "a pessoa mais importante" de sua história esportiva. "Foi o maior rubro-negro que conheci", escreveu.
Em 1997, Celso perdeu um
filho com leucemia. Anteontem, morreu aos 79, no Rio,
após sofrer uma parada cardíaca. Teve dois filhos e quatro netos. Deixa viúva.
obituario@grupofolha.com.br
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