|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cresce total de cidades com risco de dengue
Ministério da Saúde aponta que 112 municípios estão em alerta ou podem ter surto da doença em 2010, 47% a mais que neste ano
Das 157 localidades monitoradas, 10 estão em situação mais grave e podem desenvolver surto; 17 capitais estão em alerta
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de cidades em estado de alerta e com risco de terem surto de dengue em 2010
aumentou em relação à previsão feita para este ano.
Levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Saúde
mostra que larvas do mosquito
Aedes aegypti em quantidade
preocupante foram encontrados em 112 municípios neste
ano, contra 76 em 2008 -o aumento foi de 47%.
A alta representa mais um
possível avanço da doença que
disparou no país nas últimas
duas décadas e que só no ano
passado matou 477 pessoas.
Ameaça ainda reverter a queda
nos casos registrados neste ano
-foram 46% menos infectados
em relação a 2008.
Os 112 municípios mencionados no estudo deste ano
abrangem 51,1 milhões de pessoas, contra as 32,2 milhões do
levantamento de 2008. A
amostra analisada em 2009
-157 cidades- foi quase a
mesma do ano passado.
Em dez cidades, o quadro é
particularmente grave: Camaçari, Ilhéus e Itabuna (BA); Governador Valadares e Ipatinga
(MG); Barretos e Presidente
Prudente (SP); e Mossoró
(RN), Palmas (TO) e Cáceres
(MT). Segundo o ministério,
elas têm risco de surto.
As outras 102 estão em situação de alerta, incluindo 17 capitais, entre elas Belo Horizonte,
Brasília, Fortaleza, Goiânia,
Recife, Rio de Janeiro e Salvador. São Paulo ainda não finalizou o estudo.
O levantamento serve para
mapear situações de risco da
doença. Em 2007, o Rio de Janeiro foi colocado na categoria
de cidades em alerta e acabou
tendo um surto da doença.
Fatores
O ministro José Gomes Temporão (Saúde) levantou a hipótese de que, em alguns locais, o
aumento do número de cidades
esteja relacionado a mudanças
climáticas, devido à elevação da
temperatura, que favorece a
proliferação da doença.
Para o epidemiologista José
Ricardo Pio Marins, da UnB
(Universidade de Brasília), os
dados mostram falhas no controle do vetor. "Se as condições
ambientais favorecem a proliferação do mosquito, as regiões
que têm dengue sabem disso e
têm que fazer campanhas e ser
mais incisivas no controle", diz.
Além das questões climáticas, o risco de dengue também
está ligado a deficiências na estrutura urbana. Isso ocorre
principalmente nas regiões
Norte e Nordeste, em que boa
parte dos criadouros de mosquito nas capitais foi encontrada em locais como poços e caixas d'água.
Segundo o ministro, a orientação para essas áreas é que os
locais de armazenamento de
água sejam vedados para impedir que eles se tornem criadouros do inseto. Já no Sudeste,
quase metade dos criadouros
está nas residências, em vasos,
lajes, piscinas e plantas como a
bromélia, que acumula água.
O Ministério da Saúde diz
que continuará com campanhas de conscientização e manterá parceria com a Defesa para
o combate ao mosquito e a assistência de doentes.
Texto Anterior: Lucia Valle Figueiredo Collarile (1935-2009): Ela se orgulhava das togas de magistrada e professora Próximo Texto: Justiça: Roger Abdelmassih tem o 5º pedido de liberdade negado Índice
|