São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

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Interrupção de energia cresce nos últimos 5 anos

Levantamento mostra que 60% dos usuários têm mais corte de energia em relação a 2004

Entre as concessionárias que tiveram mais interrupções estão a Light, a Eletropaulo, a CPFL e a Cemig; empresas culpam quedas de árvores

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 60% dos brasileiros atendidos pelas 20 maiores concessionárias do país são obrigados a ficar mais tempo sem luz em relação a cinco anos atrás. Entre as empresas que elevaram seu tempo de apagão estão as paulistas Eletropaulo, Bandeirante e CPFL, a carioca Light e a mineira Cemig.
Levantamento da Folha a partir de dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) mostra que pelo menos dez delas tiveram piora no indicador que mostra quanto tempo seus clientes ficam no escuro por ano, o chamado DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor).
As 20 empresas atendem 53 milhões de clientes (64% do mercado) -as dez com piora no índice atendem 32 milhões.
Maior concessionária em SP, com 5,8 milhões de clientes, a Eletropaulo viu seu indicador subir de 8 horas sem luz por ano, em 2004, para 11, nos 12 meses fechados em setembro.
Empresa que impôs 23 horas de apagão na região mais rica do Rio entre segunda-feira e ontem, a Light teve a interrupção aumentada de oito para nove horas. O indicador da Cemig -maior concessionária do país, com 6,5 milhões de clientes- subiu de 11 para 14 horas.
O DEC é um dos indicadores avaliados pela Aneel ao fazer a revisão tarifária, a cada quatro anos. Além disso, empresas com piora relevante são multadas -a Aneel não informou quantas multou.
Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Nivalde de Castro, a queda no DEC indica que as penas são brandas. Ele vê outra razão mais grave. "Se há mais blecautes, com certeza investiram menos que o necessário."
O diretor de operações da Eletropaulo, Roberto Di Nardo, diz que a empresa tem enfrentado mais quedas de árvores atualmente. Além disso, os engarrafamentos têm dificultado a chegada das equipes.
A Cemig também culpou a maior queda de árvores. A Coelba diz que o DEC tem influência de fatores alheios à empresa, como dispersão dos consumidores e infraestrutura viária. A Light não comentou.

Lobão
Em evento nos Estados Unidos, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que irá ao Congresso prestar esclarecimentos sobre o apagão que atingiu 18 Estados -a data está indefinida. Ele disse que até agora tem a convicção de que o apagão foi causado por fatores climáticos.


Colaborou JANAINA LAGE , de Nova York


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