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Projeto é mantido só por empresas
DA REPORTAGEM LOCAL
Há seis anos, a psicopedagoga
Dagmar Garroux fundou a "Casa
do Zezinho", uma instituição que
trabalha com crianças e adolescentes de baixa renda e em situação de risco social no Parque Santo Antônio (zona sul de SP).
Com despesa mensal de R$ 66
mil, a Casa do Zezinho não recebe
um real do poder público.
São 15 empresas, chamadas de
parceiras, que dão suporte ao programa de reforço escolar e às oficinas de formação profissional.
O trabalho voluntário tem ajudado crianças que viviam em situações que colocavam em risco
sua integridade física e psicológica. Há dois anos, por exemplo, a
Casa recebeu uma menina de 12
anos, que havia fugido de casa e
vivia com um homem bem mais
velho, para quem traficava armas.
Pega pela polícia, ela não pôde
ser encaminhada à Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor) devido à pouca idade, e a
Justiça a recomendou para a instituição. "Hoje ela tem 14 anos e está quase recuperada. É uma criança complicada, mas já tem problemas naturais da adolescência",
conta Corina Macedo, gerente-administrativa do programa.
Outra, de 13 anos, estava se
prostituindo por R$ 5 e também
rejeitava a família. Após frequentar a Casa, foi encaminhada para
um estágio em uma fábrica, por
não ter idade para trabalhar, e
voltou a viver com a família.
Quando o projeto foi criado,
atendia poucas crianças. Hoje já
são 300 e até o final do próximo
ano devem ser 600.
Auto-sustentável
As oficinas de formação de
mão-de-obra da Casa já se sustentam. Há padaria, oficinas de reciclagem, arte, informática, cabeleireiro, estúdio de som, modelagem
e corte e costura.
Algumas empresas, como a Xerox e o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social), cobrem despesas específicas, como as oficinas de arte e o
equipamento da sede.
Outras fornecem a verba mensal para alimentos, medicamentos, pagamento de funcionários e
despesas como luz e telefone.
Em 2001, uma parceria com a
Promom Engenharia vai criar um
programa de lazer e cultura para
as famílias das crianças.
Para ser atendido na Casa do
Zezinho, é preciso ter entre 7 anos
e 16 anos, estar matriculado na rede oficial de ensino e ser de uma
família cuja renda não ultrapasse
quatro salários mínimos.
Além do reforço escolar, a
criança tem atendimento médico
e odontológico com voluntários,
acompanhamento psicológico e
refeições diárias.
(FLÁVIA DE LEON)
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