São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

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Vôos ainda atrasam, mas filas diminuem

Agência afirma que somente 4,8% dos vôos atrasaram mais de uma hora na madrugada e manhã da véspera de Natal

Principal transtorno seguia nas partidas da TAM em aeroportos de SP, Rio e Brasília; cenas de discussões nos balcões se repetiram

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na véspera do Natal, as filas nas áreas de embarque dos aeroportos diminuíram, mas os passageiros continuaram enfrentando atrasos de vôos e as cenas de discussões com os atendentes se repetiram, principalmente na madrugada e de manhã. A partir do meio da tarde, a situação se acalmou nos principais aeroportos.
Em nota, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que só 4,8% (26) dos 539 vôos previstos para ontem, entre 0h e 10h30, tiveram atraso superior a uma hora -anteontem, a média nesse período foi de 44%. Novo balanço seria divulgado no final do dia.
Esses atrasos, segundo a agência, se concentraram nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos (SP), Brasília e Galeão (RJ), todos referentes a vôos da TAM. Para a Anac, a situação estava normalizada nas regiões Sul, Nordeste e Norte.
A TAM apontou, também em nota, atrasos médios de duas horas nos vôos que partiram principalmente de Guarulhos e Brasília até as 14h.
Três aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) decolaram do Rio levando passageiros da TAM. A aeronave conhecida como "sucatão", antigo avião presidencial, levou passageiros para Recife. Na última quinta-feira, por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a FAB colocou aviões à disposição das empresas, que seriam responsáveis pelo custo e tripulação.
A Varig cedeu aeronaves e tripulantes para vôos da TAM do Rio com destino a Belo Horizonte, Salvador e Ilhéus.
A Gol também cedeu um Boeing 737-700, com 144 assentos, que saiu de Guarulhos ontem à tarde levando passageiros com destino a Salvador.
Amanhã, a Anac fará uma fiscalização na central de reservas de outras companhias, como foi feito na TAM nos últimos dois dias. A venda de passagens além da capacidade das aeronaves foi uma das razões apontadas para a crise desta semana.
A venda de bilhetes pela TAM está suspensa para vôos programados até hoje.
Em Brasília, a situação de quem viajava pela TAM em nada lembrava a normalidade anunciada pela Anac. A empresa usou até ônibus para transportar, no final da manhã, 25 passageiros para Goiânia. Enquanto a viagem de avião dura cerca de 50 minutos, os 210 km de ônibus levam três horas.
A passageiros com outros destinos, a TAM ofereceu crédito em dinheiro e mudança no horário do vôo.
Pegar a estrada foi a alternativa escolhida por César Ribeiro, 34, que desembarcou às 9h15 em Guarulhos, vindo da Alemanha, com mulher, filho de 2 anos e babá. Ribeiro embarcaria às 11h50 para Curitiba. Às 14h, ele conseguiu sua bagagem de volta, alugou um carro por R$ 316 e seguiu viagem. "Tenho que chegar antes do Natal. Imagine a cara dos meus sobrinhos sem presentes."
Pela primeira vez, a TAM pedia desculpas na manhã e tarde de ontem, pelo sistema de som de Guarulhos, pelos transtornos aos passageiros. A empresa orientava os usuários a procurar a ouvidoria da Infraero. Ela também decidiu veicular comunicados institucionais em rádio, TV e internet.

Cindacta-2
O Cindacta-2, de Curitiba, enfrentou falta de controladores de tráfego aéreo nos últimos dias. Esse centro, responsável por todo tráfego aéreo da região Sul e metade de São Paulo, operou, na noite de sexta-feira, com 12 controladores. Na madrugada de sábado, ficou com nove. O mínimo para operar dentro do "normal" são 16 controladores, dois para cada um dos oito "setores" do espaço monitorado. (CONSTANÇA TATSCH, ESTÊVÃO BERTONI, PEDRO DANTAS, SHEILA D'AMORIM e LEILA SUWWAN)


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