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Vôos ainda atrasam, mas filas diminuem
Agência afirma que somente 4,8% dos vôos atrasaram mais de uma hora na madrugada e manhã da véspera de Natal
Principal transtorno seguia nas partidas da TAM em aeroportos de SP, Rio e Brasília; cenas de discussões nos balcões se repetiram
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na véspera do Natal, as filas
nas áreas de embarque dos aeroportos diminuíram, mas os
passageiros continuaram enfrentando atrasos de vôos e as
cenas de discussões com os
atendentes se repetiram, principalmente na madrugada e de
manhã. A partir do meio da tarde, a situação se acalmou nos
principais aeroportos.
Em nota, a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) informou que só 4,8% (26) dos
539 vôos previstos para ontem,
entre 0h e 10h30, tiveram atraso superior a uma hora -anteontem, a média nesse período foi de 44%. Novo balanço seria divulgado no final do dia.
Esses atrasos, segundo a
agência, se concentraram nos
aeroportos de Congonhas e
Guarulhos (SP), Brasília e Galeão (RJ), todos referentes a
vôos da TAM. Para a Anac, a situação estava normalizada nas
regiões Sul, Nordeste e Norte.
A TAM apontou, também em
nota, atrasos médios de duas
horas nos vôos que partiram
principalmente de Guarulhos e
Brasília até as 14h.
Três aviões da FAB (Força
Aérea Brasileira) decolaram do
Rio levando passageiros da
TAM. A aeronave conhecida
como "sucatão", antigo avião
presidencial, levou passageiros
para Recife. Na última quinta-feira, por ordem do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, a FAB
colocou aviões à disposição das
empresas, que seriam responsáveis pelo custo e tripulação.
A Varig cedeu aeronaves e
tripulantes para vôos da TAM
do Rio com destino a Belo Horizonte, Salvador e Ilhéus.
A Gol também cedeu um
Boeing 737-700, com 144 assentos, que saiu de Guarulhos
ontem à tarde levando passageiros com destino a Salvador.
Amanhã, a Anac fará uma fiscalização na central de reservas
de outras companhias, como
foi feito na TAM nos últimos
dois dias. A venda de passagens
além da capacidade das aeronaves foi uma das razões apontadas para a crise desta semana.
A venda de bilhetes pela
TAM está suspensa para vôos
programados até hoje.
Em Brasília, a situação de
quem viajava pela TAM em nada lembrava a normalidade
anunciada pela Anac. A empresa usou até ônibus para transportar, no final da manhã, 25
passageiros para Goiânia. Enquanto a viagem de avião dura
cerca de 50 minutos, os 210 km
de ônibus levam três horas.
A passageiros com outros
destinos, a TAM ofereceu crédito em dinheiro e mudança no
horário do vôo.
Pegar a estrada foi a alternativa escolhida por César Ribeiro, 34, que desembarcou às
9h15 em Guarulhos, vindo da
Alemanha, com mulher, filho
de 2 anos e babá. Ribeiro embarcaria às 11h50 para Curitiba.
Às 14h, ele conseguiu sua bagagem de volta, alugou um carro
por R$ 316 e seguiu viagem.
"Tenho que chegar antes do
Natal. Imagine a cara dos meus
sobrinhos sem presentes."
Pela primeira vez, a TAM pedia desculpas na manhã e tarde
de ontem, pelo sistema de som
de Guarulhos, pelos transtornos aos passageiros. A empresa
orientava os usuários a procurar a ouvidoria da Infraero. Ela
também decidiu veicular comunicados institucionais em
rádio, TV e internet.
Cindacta-2
O Cindacta-2, de Curitiba,
enfrentou falta de controladores de tráfego aéreo nos últimos dias. Esse centro, responsável por todo tráfego aéreo da
região Sul e metade de São Paulo, operou, na noite de sexta-feira, com 12 controladores. Na
madrugada de sábado, ficou
com nove. O mínimo para operar dentro do "normal" são 16
controladores, dois para cada
um dos oito "setores" do espaço
monitorado.
(CONSTANÇA TATSCH,
ESTÊVÃO BERTONI, PEDRO DANTAS, SHEILA D'AMORIM e LEILA SUWWAN)
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