São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

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Obras dificultam o acesso a Congonhas

Interdições devido à construção de passagem subterrânea na av. Washington Luís vão durar um ano, a partir de quarta

Raimundo Paccó/Folha Imagem
Local onde será construída a passagem subterrânea que ligará a av. Washington Luís ao aeroporto de Congonhas (zona sul)


ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O passageiro que teve dificuldade em Congonhas para conseguir embarcar nos vôos às vésperas do Natal deve se preparar, a partir de quarta-feira, dia 27, para um novo problema: conseguir chegar ao aeroporto.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai começar as primeiras interdições devido às obras da passagem subterrânea na avenida Washington Luís, para a eliminação do cruzamento diante de Congonhas.
A previsão é de transtornos para quem circular pela região -não somente para os passageiros do aeroporto mas também aos demais motoristas.
A preocupação é duradoura porque a obra -que deveria ter começado há mais de seis meses- vai demorar um ano, período em que os pontos de interdição na área podem variar.
A Folha apurou que técnicos da CET, que já estavam preocupados com os impactos no trânsito, ficaram ainda mais receosos devido à avaliação de que os passageiros de avião já estarão irritados e impacientes por conta das dificuldades para embarcar nos últimos meses.
Na primeira fase de interdições, os acessos serão bloqueados da avenida Washington Luís, sentido bairro-centro, para as ruas Lourical e Rafael Iório (para quem vai na direção do Ibirapuera), além do retorno para Interlagos na altura da praça Com. Linneu Gomes.
Muitos motoristas que utilizam essas rotas terão de seguir pela via para retornar somente nas proximidades do viaduto João Julião da Costa Aguiar.
O resultado direto será uma quantidade maior de veículos na Washington Luís, entre as proximidades do aeroporto e a avenida dos Bandeirantes.

Alternativas
A CET divulgou uma série de opções alternativas, inclusive com a distribuição de panfletos na vizinhança, de acordo com a origem e o destino do condutor (veja quadro nesta pág.).
Haverá sinalização indicativa dos desvios, mas a orientação da companhia é que os motoristas que puderem evitem circular pela região, principalmente nas horas de pico.
O único atenuante das preocupações nas próximas semanas é que, devido às férias escolares, a lentidão do trânsito na capital paulista em janeiro costuma ser menor. Por outro lado, muita gente viaja de avião por motivo de lazer nessa época, e também não vigora a restrição do rodízio de veículos.
A cargo da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), que firmou parceria com a Prefeitura de São Paulo, a construção da passagem subterrânea, que era estimada em mais de R$ 15 milhões, visa permitir a ligação da avenida Washington Luís ao aeroporto sem a necessidade de parada no semáforo -que chega a receber picos de 1.800 veículos por hora no sentido de Congonhas e 3.600 veículos por hora em direção ao centro.
A CET, por conta das obras, fez mudanças nos últimos dias na disposição de faixas da via, tentando ampliar a capacidade.

Pista do aeroporto
Outra obra que poderá ser alvo preocupação para passageiros de Congonhas nos próximos meses envolve a reconstrução da pista principal de pousos e decolagens, que deve reduzir a capacidade de vôos no aeroporto temporariamente.
Ela vai motivar necessariamente a transferência de parte das aeronaves, provavelmente para Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo -que também não tem muita folga.
No primeiro semestre de 2006, quando a necessidade da reforma foi divulgada oficialmente, os cálculos da Infraero apontavam uma necessidade de reduzir a capacidade máxima de vôos por hora em 46%, de 48 para 26, nos dois meses estimados para as obras.
Em Congonhas, a capacidade original do aeroporto era para 6 milhões de passageiros por ano, volume que dobrou com algumas ampliações. A demanda hoje já passa de 17 milhões.
A primeira etapa de recuperação da pista do aeroporto, onde houve incidentes com aviões que derraparam neste ano, já foi realizada em outubro, mas a reforma completa foi adiada para que ocorra só em 2007.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, afirmou à Folha ter sido informada sobre a intenção das autoridades da aviação de começar a obra em 10 de janeiro. Mas a informação é negada pela Infraero em Brasília, que diz haver a programação somente para maio que vem. A Anac não se manifestou.


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