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Tumulto marca entrega do menino Sean
Vestido com uma camiseta do Brasil, menino chorava ao caminhar, em meio a fotógrafos e curiosos, até o consulado dos EUA
Entrega do garoto encerra disputa de cinco anos; porta-voz da embaixada diz que Sean sorriu ao ver o pai, o americano David Goldman
Marcelo Sayao/EFE
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Sean Goldman embarca com o pai David Goldman para os EUA em um avião fretado; entrega do menino ontem foi tumultuada
DA SUCURSAL DO RIO
Às 8h40 de ontem, vinte minutos antes do prazo final dado
pela Justiça, a família brasileira
de Sean Goldman, 9, entregou o
menino ao pai, o americano David Goldman, encerrando cinco
anos de disputa pela guarda da
criança no Brasil.
A entrega foi tumultuada.
Cercada por repórteres, a família parou o carro a duas quadras
do consulado norte-americano
e foi caminhando até a entrada
principal. Vestido com uma camisa do Brasil, Sean estava
abraçado ao padrasto, João
Paulo Lins e Silva, e chorava.
Com eles estavam também o
advogado da família, Sérgio
Tostes, e os avós maternos, Silvana Bianchi e Raimundo Ribeiro, e outros parentes.
A entrada tumultuada criou
uma guerra de versões entre
Tostes e o consulado. Segundo
o advogado, não havia entrada
privativa para que a família desembarcasse no consulado. A
porta-voz da Embaixada Americana, Orna Blum, disse que a
família poderia ter entrado pela
garagem, preservando-se do assédio de jornalistas e curiosos.
Diante do choro intenso do
menino, segundo Tostes, foi
autorizado que a avó entregasse Sean ao pai. O advogado disse que o menino, nervoso, passou a noite com febre.
O encontro entre Silvana e
David Goldman foi amistoso,
segundo Tostes. A avó teria
abraçado David e pedido que
tomasse conta do neto. "David
foi extremamente atencioso."
Segundo funcionários do
consulado, foi reservada uma
sala com brinquedos, lanche e o
filme "O Rei Leão" para o encontro do menino com o pai.
De acordo com a porta-voz,
Sean chorava muito enquanto
estava com a avó, mas mudou
ao ver o pai. "Para minha surpresa, ele parou de chorar e
abriu um sorriso, ao entrar na
sala e ver o David", relatou.
Segundo o deputado americano Christopher Smith, que
veio ao Brasil acompanhar o caso, ao ver, Sean e David viajaram num avião fretado pela rede de TV americana NBC, que
teria acordo de exclusividade
para a cobertura do caso.
O deputado criticou Tostes
por ter levado o menino pelas
ruas. Ao ser questionado se o
pai também não errava em expor o menino na TV, alegou que
David não é rico e não teria outra forma de custear as dezenas
de viagens em busca do filho.
Goldman divulgou carta dizendo que a data de ontem
marcaria o renascimento de
sua família.
(SAMANTHA LIMA, CIRILO JUNIOR, SERGIO TORRES E JOÃO PEQUENO)
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