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VERÃO 2
Segunda pista, prevista desde 1968 e que deve ser concluída em 2004, só vai resolver o problema por três anos
Engenheiro defende rodovia para o litoral sul
da Reportagem Local
O engenheiro Ion de Freitas, 75,
um dos maiores especialistas em
estradas no país, presidiu a comissão de estudos da Imigrantes em
1968 e deveria estar feliz com a
construção da segunda pista, prevista para começar até o final do
ano. Mas não está.
"É a conclusão de um projeto da
década de 60. Precisaria de um
reestudo para pensar todas as ligações com o litoral", sugere Freitas,
assessor da presidência da Dersa.
Projeção de Freitas mostra que a
nova pista estará congestionada
em 2007, três anos depois de ficar
pronta. Terá 50 horas de congestionamento por ano. Ou seja, nos
picos a velocidade dos carros será
de 20, 30 km por hora.
Em 1968, ano em que a Imigrantes foi projetada, Mongaguá (litoral sul) tinha aldeia de índios e cerca de 5.000 habitantes. Hoje, esse
número foi multiplicado por 5,4
-são 27 mil moradores. Itanhaém
saltou de 14.515 em 1970 para
58.017 em 1996.
Não havia ocupação de turistas
no litoral sul nos anos 60, e mesmo
assim havia, no projeto original,
uma ligação com Mongaguá que
nunca chegou a ser construída.
Hoje, 55% dos carros que passam pelo sistema vão para o litoral
sul, segundo Mario Fiamenghi Filho, diretor de operações da Dersa.
"É óbvio que precisaria ser
construída uma estrada para o litoral sul", afirma Freitas.
A Secretaria dos Transportes e a
Dersa não têm nenhum projeto
nesse sentido. A única proposta
existente de construção de uma estrada para o litoral sul partiu do
deputado Erasmo Dias (PPB-SP).
A estrada, aprovada pela Assembléia Legislativa, ligaria a região de
Parelheiros, na zona sul de SP, a
Itanhaém. O projeto enfrenta oposição de ecologistas por cortar
uma área de mananciais e uma região intocada da serra do Mar.
Estrada de ferro
A prefeitura de Santo André tem
um projeto de um "porto seco",
ligado ao porto de Santos por
trem. As cargas iriam até Santo
André e desceriam a serra de trem.
A intenção é retirar os caminhões da estrada que liga a Grande
São Paulo ao litoral.
O atual presidente da Dersa, Antonio Jamil Cury, e o ex-presidente
Luiz Bottura também defendem o
trem como solução.
"Enquanto não houver um sistema de transporte de massa para
o litoral, não haverá viagem confortável", diz Bottura. As vias férreas existem e estão ociosas.
O trem é uma ilusão, segundo
Ion de Freitas. No pico do sistema,
os caminhões representam 2% do
volume de veículos.
Outro empecilho é a sazonalidade: nenhum empreendedor investiria num sistema que é utilizado
só no verão, nos fins-de-semana, e
não tem o conforto propiciado pelo carro.
(MCC)
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