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LETRAS JURÍDICAS
Perspectivas do ano judiciário
WALTER CENEVIVA
COLUNISTA DA FOLHA
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador Sergio
Augusto Nigro Conceição, está
em exercício desde o começo de
2002, mas a tradição marca a solenidade de instalação do novo
ano judiciário para o fim de janeiro. Nigro é o mais antigo na
desembargadoria, por isso sempre referido como o decano, sem
ser necessariamente o mais velho.
Situou posições que considera indispensáveis para aprimoramento da prestação da Justiça estadual, que, uma vez implementadas, produzirão bons frutos.
Ele tem mostrado constante
preocupação com o prestígio de
sua instituição, não pelo prestígio
em si mesmo, mas o conquistado
através da qualidade e da seriedade dos serviços.
Para esse efeito, constituiu grupo de trabalho, dando prazo até o
próximo dia 4, para realizar o
diagnóstico da situação atual das
atividades do TJ-SP e para um
plano de ação de informática para 2002/2003. No campo da eletrônica -em que São Paulo está
atrasado em relação a outros Estados-, o TJ-SP deverá terminar
a implantação do sistema de distribuição criminal informatizada
e a ligação pela internet de todo o
Estado. Trata-se de setor em que
ficaram pontos do programa de
seu antecessor, desembargador
Marcio Martins Bonilha, entre os
quais este refere, em seu relatório,
a troca de equipamentos de informática por outros de maior capacidade e medidas para melhora
estrutural do Fórum João Mendes
Júnior.
Tarefa importante do presidente Nigro será a de ajustar a relação das disponibilidades orçamentárias com as despesas materiais e humanas, dispensando a
magistrados e a servidores burocráticos tratamento equânime.
Enfrentará uma estrutura enorme, que passa de 40 mil servidores, ainda carente de melhor organização racional do trabalho.
Um dado só dá o perfil da grandiosidade da máquina judiciária
paulista: carros usados no atendimento de juízes, serviços judiciários e administrativo rodam 84
mil km por mês, em média, conforme relatório publicado do ex-presidente.
Em 2001 foi criado o Departamento de Recursos Humanos e
foi, ainda, celebrado contrato
com a Fundação Getúlio Vargas
para consultoria na identificação
de oportunidades de melhoria na
administração do tribunal. Nas
relações com o pessoal e na eficácia da organização, poderão contribuir para o sucesso do programa administrativo do presidente.
Problema econômico que Sergio
Nigro Conceição prometeu enfrentar logo é o das locações de
imóveis. Há 16 prédios locados pelo TJ-SP (arquivos gerais e fóruns). Criam evidente ônus orçamentário a ser evitado. Se a crise
de energia continuar haverá necessidade de geradores nos prédios do TJ-SP. Nos recentes blecautes houve paralisação dos trabalhos e a suspensão dos prazos, a
dano da população e da prestação jurisdicional.
O final do biênio anterior foi
marcado por quase três meses de
greve dos funcionários, apenas
terminada quando, nas negociações finais entre a comissão dos
trabalhadores e o tribunal, foi
concedida gratificação extraordinária, com pagamento a partir de
1º de fevereiro deste ano, da ordem de R$ 215 a R$ 300, de acordo com a categoria funcional. A
relação do tribunal, sob Nigro
Conceição, com os servidores e
suas entidades será direta e clara.
Evitará paralisações causadoras
de gravíssimos prejuízos para a
sociedade. O que será muito bom
para a Justiça.
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