São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA

Alckmin promete empenho na segurança; Marta diz que arcebispo está "desinformado"

D. Cláudio pede ação urgente dos governos contra o crime

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Alckmin com sua mulher, Lúcia (à dir.), e a prefeita Marta Suplicy e seu namorado, Luís Favre, na missa


DA REPORTAGEM LOCAL

O arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, pediu ontem que o poder público atue "emergencialmente" para conter a onda de criminalidade no Estado.
O pedido foi feito durante a missa em comemoração dos 448 anos da capital paulista, realizada pela manhã na capela José de Anchieta, no centro da cidade.
O evento reuniu cerca de 300 pessoas, segundo estimativas de técnicos da prefeitura.
Durante a missa, dom Cláudio citou o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, afirmando que o crime "fez crescer o medo e a revolta da sociedade". Segundo ele, os governos federal, estadual e municipal deveriam se "empenhar mais" para oferecer segurança aos cidadãos.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), presente ao evento, procurou não se opor ao discurso do arcebispo, limitando-se a dizer que as palavras de dom Cláudio "mereciam reflexão" e que o governo se empenhará para conter a escalada da violência.
Já a prefeita Marta Suplicy (PT), que também participou da missa, rebateu as críticas do arcebispo, afirmando que "talvez ele esteja desinformado [sobre as ações sociais da prefeitura"." Após a missa, em um show na avenida Paulista, a prefeita voltou atrás e disse que o arcebispo tinha razão. "Ele falou o que todos sentimos. A cidade precisa de investimentos para combater o crime organizado."
Durante a missa, que durou cerca de uma hora e meia, Alckmin leu um trecho da Bíblia ao microfone. Marta preferiu fazer orações nas quais pediu "paz e fraternidade" para São Paulo.
A prefeita encerrou sua participação na missa com uma prece em homenagem aos prefeitos petistas Antônio Costa Santos (Campinas) e Celso Daniel (Santo André), assassinados em setembro de 2001 e no último final de semana, respectivamente.
Marta e o deputado federal José Genoino (PT), que acompanhou show na Paulista, afirmaram que não estão tomando nenhum cuidado especial com a segurança pessoal, apesar dos assassinatos.
"A segurança tem de ser para o povo, para a cidade. Não é só para os petistas", disse Genoino.
(RENATO ESSENFELDER)


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: São Paulo, 448: Chuva atrapalha shows da comemoração
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.