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Governo Serra suspende obras do Rodoanel
Trabalhos foram paralisados no início do mês no único canteiro de obras, dos cinco previstos, em andamento no trecho sul
Segundo secretário, motivos são a retenção de todos os investimentos do Estado e a indefinição do modelo de concessão
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
MOACYR LOPES JÚNIOR
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
O governo José Serra (PSDB)
suspendeu as obras do trecho
sul do Rodoanel, maior obra rodoviária em curso no país e orçada em R$ 3,5 bilhões.
Criada para afastar os caminhões pesados da cidade de São
Paulo, a obra é considerada
prioritária tanto pelo Estado
quanto pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que a incluiu no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), anunciado nesta semana. Dos 170
quilômetros previstos, 32 quilômetros (trecho oeste) estão
prontos.
A construção do novo trecho
do Rodoanel foi iniciada em setembro do ano passado pelo então governador do Estado,
Cláudio Lembo (PFL).
Mas, dos cinco canteiros de
obra previstos, somente um estava sendo conduzido, devido
ao contingenciamento dos investimentos feito pelo Estado
no segundo semestre. No início
deste mês, a obra parou.
De acordo com o secretário
de Estado dos Transportes,
Mauro Arce, a paralisação tem
dois motivos: a retenção de
todos os investimentos do
Estado, previstos em R$ 315
milhões para janeiro -uma das
primeiras medidas do governo
Serra-, e a indefinição do
modelo de privatização do
Rodoanel.
Os investimentos ficarão
congelados até que os secretários de Estado Mauro Ricardo
Costa (Fazenda) e Francisco
Vidal Luna (Planejamento) façam uma revisão das prioridades do governo.
Além disso, a Assembléia Legislativa ainda não aprovou o
Orçamento para 2007. Até a
aprovação, o governo só poderá
gastar, por mês, 1/12 avos da receita prevista.
""Nossa primeira prioridade é
o Rodoanel. A idéia é que até
março, resolvidas as questões
do modelo de concessão e do
Orçamento, tenhamos uma definição e a obra possa ser reiniciada", afirmou Arce.
A Secretaria dos Transportes
tem duas opções para continuar o Rodoanel. Na primeira
delas, o governo mantém os
contratos atuais, já assinados, e
banca a obra com o dinheiro repassado pela empresa que assumir a concessão. Na segunda,
os contratos serão anulados e o
governo determina à concessionária que toque a obra com
recursos próprios.
""O mais simples seria cancelar os contratos e fazer a concessão. Aí, a concessionária poderá contratar a obra novamente. Mas não há nada definido, ainda estamos avaliando",
disse o secretário.
Caso fosse cumprido o cronograma original, os 170 quilômetros do Rodoanel estariam
concluídos há dois anos, em
2005, interligando as dez principais rodovias que chegam à
região metropolitana de São
Paulo.
O projeto foi lançado em
1997 como uma parceria entre
Estado, União e a Prefeitura de
São Paulo, que, porém, não vem
aplicando dinheiro na obra.
Por questões ambientais, o
trecho sul só obteve o licenciamento em agosto do ano passado. Dias depois, a obra era iniciada por Lembo. Em janeiro
de 2003, o então secretário dos
Transportes, Dario Rais Lopes,
disse à Folha que considerava
viável concluir o trecho sul no
ano passado. Agora, fala-se em
terminar a obra em 2010.
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