|
Próximo Texto | Índice
Professor e dois policiais foram feridos a faca na Sé
Preso e indiciado por tentativa de homicídio, agressor aparentava embriaguez
Aos gritos de "Mata eu, São Paulo! Eu não quero morrer de fome!", o homem sacou uma faca de cozinha e avançou em direção ao altar
Bruno Miranda/Folha Imagem
|
|
Homem com faca de cozinha é preso em missa na catedral da Sé, após ferir 3 pessoas; prefeito e dois ministros estavam no local
RICARDO SANGIOVANNI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Três pessoas foram levemente feridas a facadas por um morador de rua no interior da Catedral da Sé durante a missa pelo 454º aniversário de São Paulo, ontem de manhã, que era
acompanhada por autoridades,
incluindo o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) e ministros. Havia 2.000 pessoas na Sé.
A cerca de dois metros do
agressor, que portava uma faca
de cozinha com 30 cm e foi preso em flagrante, estavam sentados o secretário da Segurança
Pública, Ronaldo Marzagão, e o
senador Eduardo Suplicy (PT).
No mesmo setor de cadeiras,
próximo ao altar, ainda se acomodavam Kassab, os ministros
Carlos Lupi (Trabalho) e Luiz
Marinho (Previdência) e secretários municipais de São Paulo.
O autor do ataque foi Benedito de Oliveira, 45, que é conhecido por colegas de praça da Sé
como "Benedito do Pagode". O
acusado assistia à celebração
segurando um cavaquinho.
Oliveira, com diversas passagens pela polícia por roubos e
furtos, foi indiciado por tentativa de homicídio.
Três horas após ser preso,
ainda aparentando embriaguez, ele negou a jornalistas ter
dado as facadas.
O crime ocorreu durante a
homilia do cardeal d. Odilo
Scherer. D. Odilo chegou a suspender a homilia, em que tratou da história de São Paulo,
por alguns segundos. Na confusão, o cardeal pediu calma.
Aos gritos de "Mata eu, São
Paulo! Eu não quero morrer de
fome!", Oliveira pegou a faca e
foi em direção ao altar.
Poucos metros à frente estava o professor Ivan Bezerra dos
Santos, 29, da Pastoral do Menor, que se preparava para fazer uma das orações. Ele levou
dois cortes na mão direita ao
tentar se defender do ataque.
"Ele [Oliveira] iria acertar
minha barriga [sofreu um leve
arranhão]. Eu já tinha percebido que ele estava perturbado,
resmungava a toda hora", disse.
Também ficaram feridos
dois PMs, entre eles, o capitão
Mauro Ricciarelli, que ajudavam a conter o agressor. Logo
em seguida, Oliveira foi imobilizado por sete pessoas, entre
seguranças da igreja e policiais.
Segurança
Após a missa, d. Odilo disse
que o caso foi "lamentável".
"Mas é preciso que a gente não
atribua um peso demasiado a
esse incidente. É claro que requer que tenhamos maior atenção à segurança na igreja quando há autoridades."
A polícia descarta a possibilidade de que Oliveira tenha entrado na igreja com o objetivo
de atingir alguma autoridade.
O delegado Aldo Galeano Júnior, diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária
da Capital), disse que Oliveira
estava embriagado. "O laudo só
sai na segunda-feira, mas isso
fica evidente, pelo comportamento do preso", disse.
O coronel Álvaro Camilo, comandante do policiamento do
centro, avaliou que não houve
falha na segurança interna nem
externa durante a missa. Havia
60 PMs no entorno da catedral.
"A segurança da basílica foi
adequada, tão eficiente que
imobilizou rapidamente o
agressor", disse o coronel.
A Arquidiocese de São Paulo
também não avalia que tenha
havido falha na segurança, segundo seu porta-voz, padre
Juarez de Castro.
Colaborou CATIA SEABRA da Reportagem Local
Próximo Texto: Duas mulheres relatam furto durante missa Índice
|