São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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Lula aproveita enchente para exaltar o PAC

Presidente disse que programa é opção para combater cheias em SP; na semana passada, PSDB havia chamado PAC de slogan publicitário

Petista respondeu ao prefeito Kassab, que em discurso cobrou mudanças em critérios de distribuição de recursos a municípios

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ontem - diante do governador José Serra (PSDB), potencial candidato à Presidência- o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) como opção no combate às enchentes em São Paulo.
Seis dias após o PSDB chamar o PAC de "slogan publicitário", Lula se valeu do discurso do prefeito Gilberto Kassab (DEM) para enaltecer o programa, principal plataforma da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência.
Homenageado, ao lado de Serra, no 456º aniversário da cidade, descreveu cheias que enfrentou para dizer que o problema persiste desde 1952, quando chegou ao Estado. Disse que deixou a Vila Carioca (zona sul) "para me livrar da enchente".
A dez meses do fim de seu governo, Lula cobrou a união de governo federal, Estado e município. E, como "presente" para a cidade, propôs a participação de Kassab na fixação de prioridades locais no novo PAC, a ser apresentado em 26 de março, pouco antes do prazo previsto para Dilma deixar o ministério.
O PAC, com vigência de 2011-2015, será custeado pelo sucessor de Lula. Kassab afirmou que reunirá o secretariado para elaborar sua proposta.
"Não é culpa do prefeito, do governador ou do presidente individualmente. Possivelmente, seja culpa de todos nós, que precisamos sentar com muito mais gente e tentar oferecer uma alternativa para melhorar a qualidade de vida desse povo, que sofre todo ano", disse Lula.
O Estado é administrado pelo PSDB há 15 anos. Em 2006, Lula perdeu para o então candidato tucano, Geraldo Alckmin, nos dois turnos na cidade.
O discurso de Lula foi uma resposta ao de Kassab que, ao abrir o evento, cobrou mudanças no critério de distribuição de recursos para municípios e se justificou: "Estamos vivendo, hoje, um desequilíbrio climático que expõe as vísceras dos nossos problemas de infraestrutura". "Não adianta acusar o passado, mas enfrentar o presente."
Ao discursar, Serra disse contar com a União em busca de soluções. "Aqui temos uma atuação muito integrada, unindo esforços, prefeitura, governo estadual. E contamos também com o governo federal, porque São Paulo não pertence apenas a si mesma [...]. Por isso, até nas agruras que às vezes atravessa, encontra solidariedade de tantos brasileiros".
Foi após as duas intervenções que Lula decidiu falar sobre enchente, fechando um discurso previamente escrito. Segundo Kassab, não foi provocação. "Existe uma responsabilidade de todos pelo futuro. A somatória de esforços vai resolver os problemas. A cidade tem jeito."
No ano passado, a União empenhou R$ 3,2 milhões, a pedido de prefeituras paulistas, para prevenção de enchentes -o Estado não solicitou verbas.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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