São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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ENTREVISTA

Erro é não ver talento no garoto, diz psicanalista

DE SÃO PAULO

Especialista em adolescentes em conflito com a lei, o psicanalista Jorge Broide diz que o garoto tem um talento que precisa ser aproveitado e pode ser transformado numa coisa útil para ele e para a sociedade. A obsessão por carros, por exemplo, pode revelar uma capacidade inata por mecânica ou competições de corrida, diz Broide. (VQG)

 


Folha - O que as apreensões recorrentes simbolizam?
Jorge Broide -
Uma das questões mais importantes abordadas por Freud foi a compulsão pela repetição. É preciso saber o que esse garoto vive e o que está querendo dizer com isso. Inconscientemente ele manifesta um problema na vida que nem ele sabe o que é.

Qual a saída?
É preciso ouvi-lo para entender o sentido dessa repetição tão forte. Ele não consegue colocar em palavras e os outros não sabem escutar. O papel da Fundação Casa agora é escutá-lo.

Onde a Justiça errou?
Isso não é visto como um talento. A posição do Estado é repressiva, apreendeu 17 vezes e não adiantou nada. A Justiça falha ao não ver o talento desse menino. É mais fácil criminalizar.

E como tratá-lo?
É preciso fazer uma escuta psicanalítica para saber o que ele quer dizer e potencializar esse talento que ele tem. Essa compulsão é uma coisa incontrolável. Essa aptidão pode se transformar numa coisa útil para ele e para a sociedade.


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