São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Diretor de obras de São Sebastião cai após acusação

Chefe da fiscalização foi acusado de cobrar propina para liberar a construção de 3º andar em praias badaladas

Ruy Vidal Costa nega participar de suposto esquema; prefeitura promete vistoria em condomínios da cidade

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

A acusação de que a Prefeitura de São Sebastião deixa de fiscalizar, mediante propina, imóveis de alto padrão construídos em situação irregular derrubou ontem o diretor de fiscalização de Obras, Ruy Vidal Costa.
Agora, a prefeitura diz que fará nova vistoria em condomínios aprovados ou construídos a partir de 2009.
A acusação foi publicada pela Folha anteontem. Costa foi acusado pelo ex-diretor da Secretaria de Obras Manuel Joaquim Fonseca Corte de corrupção, de permitir a disseminação de imóveis com terceiro andar, a maioria em praias badaladas. A lei municipal proíbe a prática.
O agora ex-diretor de fiscalização negou a acusação.
Pela lei, permite-se apenas um sobrado mais um mezanino, voltado para dentro. Institucionalizou-se, porém, a conversão do mezanino em quarto com terraço. Imobiliárias põem à venda, por até R$ 4 milhões, imóveis assim.
A gestão admite que a prática é institucionalizada "há anos" na costa sul, que tem praias como Juqueí, Maresias, Baleia e Barra do Sahy.
O diretor foi exonerado a pedido, segundo a prefeitura. A intenção é esclarecer as acusações, diz em nota.
A Folha apurou, porém, que houve pressão -a ideia é mostrar que o prefeito Ernane Primazzi (PSC) reagiu rápido. Além da acusação, foi determinante a revelação, também pela Folha, de que Costa usa um carro em nome do dono de um hotel que a prefeitura já tentou demolir.
A gestão decidiu reabrir o caso para checar a obra.
O carro, um Peugeot 2005, foi recebido por serviços prestados ao dono do hotel anos atrás, disse Mariângela, mulher de Costa, ontem.
O Ministério Público Estadual investiga. A Promotoria pediu abertura de inquérito.
O ex-diretor Manuel Joaquim Fonseca Corte, autor da representação ao Ministério Público, já foi ouvido.
A prefeitura anunciou que processará Corte para que ele dê provas e instaurou processo administrativo contra o fiscal Carlos Alberto de Sant'-Anna, que disse à Folha ter sido afastado por não compactuar com ilegalidades.
A gestão também acusou Corte de ter usado o cargo para fins pessoais na época em que foi diretor. Ele nega.


Texto Anterior: Arthur Amorim Santos (2001-2011): Arthur, o pequeno paleontólogo
Próximo Texto: Acidente: Descarga elétrica mata 2 em hangar de Congonhas
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.