São Paulo, terça, 26 de janeiro de 1999

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TELEFONES
Presidente da ex-Telesp culpa esforço para ampliar planta telefônica em São Paulo para justificar reclamações
Telefônica reconhece "perda de qualidade'

FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília

O presidente da Empresa Telefônica (ex-Telesp), Fernando Xavier Ferreira, reconheceu ontem uma "perda momentânea da qualidade" nos serviços por causa do esforço que está sendo feito para aumentar a planta telefônica em todo o Estado de São Paulo.
Conforme reportagem publicada ontem pela Folha, as reclamações contra a Telefônica na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) cresceram sete vezes nos últimos quatro meses.
A empresa foi assumida pelo grupo privado Telefónica de España em agosto passado, e parte dos seus indicadores de qualidade está abaixo das metas da Anatel.
Ferreira disse que a capacidade da Telefônica para instalar novas linhas era de 50 mil unidades em setembro do ano passado, pulando para 130 mil em dezembro e chegando a 150 mil neste mês.
Em fevereiro, serão instaladas 200 mil novas linhas. Para todo este ano, a Telefônica prevê a instalação de 2 milhões de novas linhas. "Ao fazer esse esforço, ocorre uma perda momentânea de qualidade. É como uma estrada que vai ser duplicada. O tráfego fica ruim por um tempo, mas a situação fica bem melhor no futuro", afirmou Xavier Ferreira.
Ferreira já tem pronta a explicação que dará à Anatel sobre o fato de a Telefônica não estar fornecendo, por 60 dias, a gravação que informa a troca de número dos assinantes residenciais -o serviço está disponível por até 30 dias.
A troca ocorre porque estão sendo instaladas novas centrais destinadas à ampliação da planta. Segundo ele, a empresa não consegue interceptar ligações para informar a troca de números e, ao mesmo tempo, priorizar a instalação de novas linhas.
Quando um assinante é religado a uma central mais próxima do seu endereço, o número é trocado. A linha que vinha sendo usada por ele passa para um novo assinante.
"A gravação que informa a troca de números não está sendo mantida por 60 dias porque optamos por privilegiar o atendimento ao novo usuário. Ou ficamos dois meses interceptando as ligações para o assinante que já existe ou instalamos novas linhas", disse.
Ferreira disse também que a assessoria jurídica da Telefônica entende que o prazo de 60 dias só pode ser cobrado a partir do próximo dia 30 de junho.
A Anatel não se pronunciou sobre as declarações do presidente da Telefônica. Ferreira reafirmou que os planos de expansão vencidos (137.174, no mês passado) serão entregues até abril, o que está de acordo com as metas da Anatel.
Sobre erros nas contas, ele disse que a maioria das reclamações se refere a serviços que não são prestados pela operadora (como 0900 e disque-amizade, por exemplo).



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