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Rui Ribeiro Franco, as aulas e as gemas
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na al. Glete, 463, centro de
São Paulo, há uma figueira
frondosa onde, até os anos
1970, havia um palacete que
abrigava o curso de geologia
da USP. O palacete foi demolido, e o curso, transferido.
Mas a árvore continua lá, viva como a memória dos alunos de Rui Ribeiro Franco.
Nascido em São José do
Rio Pardo, foi para a capital
estudar ciências naturais na
USP. A ascensão foi rápida.
Em 1952 era livre-docente
em mineralogia e, em 1958,
catedrático em petrologia.
Tanto que recebeu do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, onde estava
desde 1968, o convite para
estruturar o curso de pós-graduação em tecnologia nuclear, em 1976, no auge da
discussão sobre as usinas nucleares brasileiras.
Foi diretor do Ipen e presidente da Sociedade Brasileira de Geologia e da Associação Brasileira de Gemologia
e Mineralogia. "Sua paixão
na vida eram as gemas" de
pedras coletadas do Rio
Grande do Sul à Paraíba.
Cada um dos três filhos,
quatro netos e dois bisnetos
ouviram-no, em alguma idade, falar por horas sobre as
gemas que guardava nas gavetas de casa. Eram seu tema
preferido, até nos quatro livros didáticos que escreveu e
nos cinco que traduziu.
Morreu no dia 20, aos 91
anos, de causas naturais. Mas
ficará na memória dos ex-alunos da USP como "pesquisador incansável", especialmente sob a figueira da al.
Glete, "em cuja sombra todos os gletianos conversavam, ladeando o Brucutu,
personagem dos quadrinhos
que é símbolo dos estudantes
de geologia da USP".
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