São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

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Rui Ribeiro Franco, as aulas e as gemas

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na al. Glete, 463, centro de São Paulo, há uma figueira frondosa onde, até os anos 1970, havia um palacete que abrigava o curso de geologia da USP. O palacete foi demolido, e o curso, transferido. Mas a árvore continua lá, viva como a memória dos alunos de Rui Ribeiro Franco.
Nascido em São José do Rio Pardo, foi para a capital estudar ciências naturais na USP. A ascensão foi rápida. Em 1952 era livre-docente em mineralogia e, em 1958, catedrático em petrologia.
Tanto que recebeu do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, onde estava desde 1968, o convite para estruturar o curso de pós-graduação em tecnologia nuclear, em 1976, no auge da discussão sobre as usinas nucleares brasileiras.
Foi diretor do Ipen e presidente da Sociedade Brasileira de Geologia e da Associação Brasileira de Gemologia e Mineralogia. "Sua paixão na vida eram as gemas" de pedras coletadas do Rio Grande do Sul à Paraíba.
Cada um dos três filhos, quatro netos e dois bisnetos ouviram-no, em alguma idade, falar por horas sobre as gemas que guardava nas gavetas de casa. Eram seu tema preferido, até nos quatro livros didáticos que escreveu e nos cinco que traduziu.
Morreu no dia 20, aos 91 anos, de causas naturais. Mas ficará na memória dos ex-alunos da USP como "pesquisador incansável", especialmente sob a figueira da al. Glete, "em cuja sombra todos os gletianos conversavam, ladeando o Brucutu, personagem dos quadrinhos que é símbolo dos estudantes de geologia da USP".


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