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Médico formado no exterior terá exame padrão
Governo federal criou comissão interministerial para agilizar a revalidação de diploma estrangeiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal criou uma
comissão para agilizar a revalidação de diplomas de medicina
obtidos no exterior, começando pelos emitidos pela Elam
(Escola Latino-Americana de
Medicina), de Cuba.
O procedimento é necessário
para o profissional que quer
exercer medicina no Brasil. A
revalidação é feita por universidades públicas brasileiras.
Hoje, a revalidação varia segundo a universidade que faz a
análise, o que faz com que não
haja padronização dos exames
e das taxas, diz Ana Estela Haddad, diretora do departamento
de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.
Formarão o grupo membros
dos ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores, de
universidades federais e especialistas em educação médica.
O projeto-piloto adotado em
relação à Elam cria, em conjunto com 16 universidades públicas brasileiras, uma matriz curricular com as habilidades e
competências exigidas para
quem quer ser médico no país.
Ela subsidiará a análise da revalidação de diplomas de todos os
alunos da Elam, em bloco. Hoje, a análise é individual.
A partir da matriz curricular,
foi elaborado um plano de estudos para os alunos da Elam,
que, em maio, passarão por
uma avaliação executada pelo
Inep, ligado ao MEC e responsável por provas como o Enade
(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), aplicado
aos universitários formados em
universidade brasileira.
O projeto-piloto será avaliado pela comissão e, dependendo do resultado, estendido às
outras instituições estrangeiras. A escolha de Cuba, afirma o
governo, deu-se porque já há
acordo de cooperação com a
ilha e porque houve grande fluxo de alunos brasileiros para a
escola a partir do fim da década
de 1990.
No Brasil, apenas 3% a 4%
dos profissionais da área médica se formaram no exterior
-na Inglaterra, são 30%, afirma Ana Haddad.
O Conselho Federal de Medicina critica o acordo internacional de 2006 por ver nele um
privilégio à instituição cubana,
que não contemplaria as diretrizes curriculares brasileiras.
A reportagem não conseguiu
encontrar ontem nenhum
membro da entidade para comentar as propostas da comissão interministerial.
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