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Projeto espanhol dá início à revitalização do porto do Rio
Desenhado por Santiago Calatrava, Museu do Amanhã será erguido no píer Mauá
Museu tratará de ambiente e práticas sustentáveis; será o 2º projeto de escritórios estrangeiros na cidade
em menos de um ano
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O Rio vai entregar ao arquiteto espanhol Santiago Calatrava
a principal obra da primeira fase do projeto de revitalização
da zona portuária da cidade.
Ele será o responsável pelo desenho do Museu do Amanhã, a
ser instalado no píer Mauá.
A obra, considerada o marco
para impulsionar a revitalização da região, tem previsão de
entrega para 2012. O teto de
custo imposto pelo prefeito
Eduardo Paes (PMDB) é de
R$ 65 milhões. Ao todo, a primeira fase da revitalização custará R$ 250 milhões.
O Museu do Amanhã terá como temática ambiente, práticas sustentáveis e a relação entre o homem e a natureza. O
modelo será inspirado nos museus do Futebol e da Língua
Portuguesa, de São Paulo, nos
quais a tecnologia e a interatividade com o visitante são a principal forma de exposição.
O conteúdo será elaborado
pela Fundação Roberto Marinho, também responsável pelos dois museus paulistas.
Calatrava foi o responsável
pela construção da Ponte da
Mulher, símbolo da revitalização de Puerto Madero, em Buenos Aires, e pelo museu de arte
de Millwaukee (EUA).
"Ele foi um consenso dentro
do governo por ser um profissional que consegue aliar um
design moderno a características de sustentabilidade", afirma o secretário extraordinário
de Desenvolvimento, Felipe
Goes. Calatrava trabalhará em
conjunto com um escritório
brasileiro, a ser escolhido.
O contrato ainda não foi assinado, mas a simples escolha do
arquiteto espanhol provocou
mudanças no projeto inicial para a revitalização do porto.
O Museu do Amanhã ficaria
inicialmente nos armazéns 5 e
6. O píer Mauá abrigaria um
parque com anfiteatro. A obra
desse segundo projeto já havia
sido licitada por R$ 28 milhões.
As intervenções no local foram suspensas em novembro.
O contrato assinado com a OAS
será usado agora para o jardim
em torno do museu.
O projeto do Museu do Amanhã será o segundo de escritórios estrangeiros no Rio em
menos de um ano. Mas, diferentemente do caso do novo
Museu da Imagem e do Som,
em Copacabana, assinado pelo
escritório do americano Ricardo Scofidio, a unidade da zona
portuária não foi escolhida por
concurso. Segundo Goes, o prazo exíguo para conclusão da
obra impediu a disputa.
A construção do museu terá
que superar dois "traumas culturais" da cidade: a Cidade da
Música e o abandono do projeto do museu Guggenheim.
Ao fixar o teto de custo da
obra, Paes tenta evitar o enredo
da Cidade da Música, cuja obra
começou sem custo definido,
superou R$ 500 milhões em
quatro anos e não foi finalizada.
O mesmo píer seria usado na
instalação de uma unidade do
museu Guggenheim. A proposta sofreu oposição por seu alto
custo e foi obstruído na Justiça.
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