São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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EDUCAÇÃO
Seleção incluiu 110 títulos e vai atender a 45 mil escolas públicas da 1ª à 4ª série
MEC vai distribuir 4,9 milhões de livros

DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília

Os 4,9 milhões de livros infanto-juvenis que o MEC vai comprar para distribuir a 45 mil escolas públicas da 1ª a 4ª séries só deverão chegar às mãos dos alunos no final do ano letivo.
Ontem, o Ministério da Educação (MEC) divulgou lista com 110 títulos do acervo infantil do programa Biblioteca na Escola. A seleção coube à FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil).
É a primeira vez que o MEC distribui livros infanto-juvenis em larga escala. Até 98, só repassava às escolas livros didáticos e obras de literatura geral.
A distribuição vai demorar porque o processo de negociação entre o MEC e as editoras é lento. Para comprar 4,9 milhões de exemplares com os R$ 22 milhões que tem a disposição, cada livro precisa custar ao MEC, no máximo, R$ 4,48 -bem menos do que o preço nas livrarias, cerca de R$ 12.
O MEC consegue que as editoras vendam os livros bem abaixo do preço de mercado porque compra em grandes quantidades.
"Nós já temos experiência nessa negociação, mas ela leva tempo porque cada centavo é discutido", diz Mônica Messemberg, secretária-executiva do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Outro motivo da demora é a necessidade de dar prazo para que autores que não tenham sido incluídos na lista e se sintam lesados tenham acesso aos pareceres elaborados pela FNLIJ. Quem discordar, tem até abril para questionar a decisão, quando o MEC começa a negociar a compra.
Para escolher os livros, a FNLIJ usou três critérios: a qualidade física do livro, a riqueza das ilustrações e a qualidade do texto.
A lista contém lançamentos recentes e clássicos da literatura infantil (veja quadro abaixo).
O sucesso do programa depende, porém, de preparar o professor. Distribuir os livros não basta.
"O professor tem de ser um leitor literário, conhecer a história da literatura, formar um gosto, para que possa explorar todo o potencial do texto e não se limitar a explorar só as informações", diz Graça Paulino, pesquisadora do Ceale (Centro de Estudos de Alfabetização e Leitura) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
É esse o sentido de um trabalho feito em São Paulo, na creche da USP (Universidade de São Paulo), com crianças de quatro meses a 6 anos, de estímulo à leitura e que, no caso de algumas crianças, acelera o processo de alfabetização.
"É importante que os funcionários e educadores sejam motivados e gostem de ler, ao mesmo tempo em que se realiza um trabalho formal de alfabetização", diz Marie Claire Kettel, diretora da creche.


Colaborou a Reportagem Local



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