|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANOS DOURADOS
Para ex-alunas, abandono destrói prédio e lembranças
Professoras culpam descaso da comunidade com a escola
da Reportagem Local
Alunas que hoje vivem na prática a profissão aprendida na escola Padre Anchieta lamentam
a má conservação dos prédios
da rede pública de ensino.
"Estudar no Instituto Feminino de Educação (nome que a escola recebeu nos anos 50) era
um sonho. Hoje os alunos não
conseguem saber qual é o prédio novo e qual é o velho", diz a
professora Marli Peixoto Fernandes, 56, ex-aluna da escola.
Assim como a secretária Rose
Neubauer, Marli iniciou os estudos no local na 5ª série do ginásio (atual ensino fundamental) e
terminou o magistério em 62.
Para preservar as lembranças,
a professora passou a integrar a
Associação de Ex-Alunas do Padre Anchieta. "Os jovens de hoje
não querem mais reviver os
bons tempos da escola. Acho
que nossa associação corre o risco de ser esquecida, junto com o
prédio histórico", afirma.
Valéria Gimenez, 55, que também frequentou a Padre Anchieta na mesma época, diz que
a culpa pelo abandono do prédio não é apenas da secretaria,
mas sim da falta de estímulo de
professores e da comunidade.
"É difícil fazer alguma coisa
quando o aluno não respeita o
professor nem a escola", diz.
Da turma atual, a aluna do
magistério Verônica Wiedenhoser, 41, cujo filho Vinícius,
12, também estuda na Anchieta,
diz que os problemas físicos são
agravados pela qualidade de ensino. "Falta professores. Meu filho está na 6ª série e até hoje não
sabe tabuada", afirma ela.
(ASS)
Texto Anterior: Pombos entopem calhas Próximo Texto: Colégio busca verba própria Índice
|