São Paulo, domingo, 26 de março de 2000


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ANOS DOURADOS
Para ex-alunas, abandono destrói prédio e lembranças

Professoras culpam descaso da comunidade com a escola
da Reportagem Local

Alunas que hoje vivem na prática a profissão aprendida na escola Padre Anchieta lamentam a má conservação dos prédios da rede pública de ensino.
"Estudar no Instituto Feminino de Educação (nome que a escola recebeu nos anos 50) era um sonho. Hoje os alunos não conseguem saber qual é o prédio novo e qual é o velho", diz a professora Marli Peixoto Fernandes, 56, ex-aluna da escola.
Assim como a secretária Rose Neubauer, Marli iniciou os estudos no local na 5ª série do ginásio (atual ensino fundamental) e terminou o magistério em 62.
Para preservar as lembranças, a professora passou a integrar a Associação de Ex-Alunas do Padre Anchieta. "Os jovens de hoje não querem mais reviver os bons tempos da escola. Acho que nossa associação corre o risco de ser esquecida, junto com o prédio histórico", afirma.
Valéria Gimenez, 55, que também frequentou a Padre Anchieta na mesma época, diz que a culpa pelo abandono do prédio não é apenas da secretaria, mas sim da falta de estímulo de professores e da comunidade. "É difícil fazer alguma coisa quando o aluno não respeita o professor nem a escola", diz.
Da turma atual, a aluna do magistério Verônica Wiedenhoser, 41, cujo filho Vinícius, 12, também estuda na Anchieta, diz que os problemas físicos são agravados pela qualidade de ensino. "Falta professores. Meu filho está na 6ª série e até hoje não sabe tabuada", afirma ela. (ASS)

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