São Paulo, domingo, 26 de março de 2000


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MEIO AMBIENTE
Convênio deve ser estendido
Projeto salva vida de aves no Pantanal

da Agência Folha,

em São José do Rio Preto

Dezenas de tuiuiús deixaram de morrer eletrocutados nos fios de alta tensão da rede elétrica do Pantanal, graças a um convênio firmado entre a Universidade Federal do Mato Grosso e a Rede Cemat (Centrais Elétricas do Mato Grosso), com supervisão do Ministério Público Federal.
O Projeto Tuiuiú, iniciado em caráter experimental há um ano em duas áreas de risco no município de Poconé, consiste na substituição do fio central do sistema trifásico de distribuição de energia por um cabo coberto e isolado, protegendo as aves de choques. O tuiuiú é considerado a ave-símbolo do Pantanal. Tem até 2,20 m de envergadura durante o vôo. A distância entre os fios é de apenas um metro.
O sucesso do projeto -desde a implantação, nenhuma ave morreu no trecho do teste, que antes registrava 25 mortes por ano- levou a empresa, neste mês, a estender a troca da fiação para todas as áreas alagadas do Pantanal.
Além disso, o objetivo é apresentar o método para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), num congresso em junho, para que seja utilizado por outras concessionárias.
O professor Dalci Maurício Miranda de Oliveira, 42, do Departamento de Biologia e Zoologia da Universidade Federal do Mato Grosso, é o coordenador do Projeto Tuiuiú. Foi ele quem alertou o Ministério Público para a morte das aves há três anos.
O procurador regional da República Moacir Mendes Souza fez uma representação para que a empresa estudasse alternativas a fim de preservar os tuiuiús. A Rede Cemat acatou a representação e firmou o convênio com a universidade em 1998.
A fiação de cerca de dez quilômetros da Transpantaneira foi trocada a um custo de R$ 30 mil. O cabo protegido é um intermediário entre o fio nu, usado na alta-tensão aérea, e o fio isolado, usado na rede subterrânea.
(ELIANE SILVA)

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