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Motoboy trama assassinato e tatua nome da vítima
Homem assassinado era amante da mulher do acusado; para a polícia, o marido seria o mandante do crime, que teve outro autor
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Um motoboy desempregado
de 26 anos não se contentou
apenas em afirmar aos vizinhos
na periferia do Jaguaré (zona
oeste de SP), que matou a tiros
o amante de sua então mulher
em novembro do ano passado.
Ele foi além: tatuou no início
deste ano um caixão com uma
cruz no braço direito com o nome da vítima e a data do crime.
Era o que a Polícia Civil precisava para prender Robson Pereira Granja na última quinta-feira. Para a polícia, porém, o
motoboy é só o mandante do
crime -os disparos foram feitos por um amigo dele.
O segurança José Adriano
Menezes de Souza, 27, foi morto com cinco tiros no dia 21 de
novembro de 2007. Para a polícia, foi o frentista Evangelista
Pereira dos Santos, 28, quem
atirou contra a vítima na porta
do hospital onde ela trabalhava.
Duas testemunhas o reconheceram, diz a polícia.
Santos fora preso seis dias
antes do motoboy. Testemunhas tinham anotado a placa do
carro que ele usou para fugir
com Granja após o crime.
Apresentado ontem à imprensa, Granja respondeu no
que pensou quando tatuou o
nome do amante de sua mulher. "Pensei que, quando eu
for para a cadeia, ele [a vítima]
vai comigo. Quando eu morrer,
ele vai morrer comigo", disse.
Ele refutou a versão da polícia de que o amante foi morto
por vingança, devido ao adultério da ex-mulher, e por seu amigo. Alega que a vítima morreu
porque o estava ameaçando e
foi ele mesmo quem a matou.
"Mandei não. Matei", afirmou.
Para a delegada Flávia Maria
Rocha Rollo, Granja "fez a tatuagem porque queria se vangloriar" do crime mesmo não
tendo atirado contra a vítima.
Ela diz que a vítima mantinha, havia quatro meses antes
do crime, um relacionamento
amoroso com a ex-mulher do
acusado, a faxineira Cristiane
Rodrigues de Souza, 22.
Os dois trabalhavam no Hospital do Rim e Hipertensão, na
Vila Clementino, na zona sul.
Lá, ela falava que era solteira.
"Para todos, o namorado dela
era o Adriano. A vítima não sabia que a mulher era casada."
"Ela disse à polícia que mantinha um relacionamento com
o segurança porque seu casamento com o Robson não andava bem e ela era agredida pelo
marido", afirmou a delegada.
A traição foi descoberta cinco
meses antes do crime. O motoboy tentou entrar numa festa
de confraternização do hospital e soube lá que sua mulher
era conhecida como a namorada do segurança. Após a revelação, segundo a polícia, Granja
agrediu a mulher, com quem
tem dois filhos. Ela se mudou.
Para se vingar, Granja planejou a morte do amante, segundo a polícia. Ele fingiu ser carteiro e foi de moto, com capacete, até o hospital onde o segurança trabalhava -duas semanas antes do crime. Lá, levou
uma carta falsa à procura do
amante. Quando o achou, pediu
que ele assinasse e foi embora.
Para executar o crime, o motoboy teria chamado o frentista
e lhe dado a sua arma -que ainda não foi encontrada. Ao chegar ao hospital, apontou quem
era o segurança. Segundo a polícia, o motoboy não cometeu
ele mesmo o crime por medo de
ser reconhecido.
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