FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Três suspeitos morreram e uma tonelada de maconha foi apreendida em operação da Polícia Civil na Rocinha (zona sul do Rio), ontem.
A ação mobilizou 250 policiais e durou 12 horas -das 2h às 14h. A polícia foi recebida a tiros e houve pânico entre moradores. O objetivo dos policiais era reprimir a ação de traficantes que atuam na Rocinha e no último final de semana tentaram invadir a favela Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana (zona sul). No domingo a polícia reagiu e, em três dias de confrontos, cinco pessoas morreram e 19 foram presas.
Durante a ação de ontem, o principal alvo da polícia era Antônio Bonfim Lopes, o Nem, considerado o chefe do tráfico na Rocinha. Mas ele não foi encontrado. Quatro homens foram presos e outros cinco detidos para averiguação. A maconha, em pacotes, estava numa casa abandonada. Perto dali funcionavam dois laboratórios de refino de drogas com capacidade para preparar 200 kg de cocaína por semana. Segundo a polícia, os traficantes movimentavam R$ 1 milhão por semana com a venda dos entorpecentes.
Foram descobertos ainda um depósito com 200 kg de pólvora e uma oficina de reparo de armas. Cinco armas e 14 motos roubadas foram apreendidas. Um suspeito tentou escapar da polícia fugindo pela mata, foi baleado e morreu. Outros dois estavam no depósito de pólvora, tentaram fugir quando a polícia chegou, foram baleados e também morreram. Somando a ação de ontem, desde sábado oito pessoas morreram e 23 foram presas em confrontos entre policiais e supostos criminosos.
O chefe da Polícia Civil do Rio, Gilberto Ribeiro, disse ontem que aprova a ação de combate aos traficantes, mas admitiu que o serviço de inteligência falhou ao não detectar a intenção dos traficantes da Rocinha de invadir a Ladeira dos Tabajaras.
Ana Simas, presidente da associação de moradores da Fonte da Saudade, diz ter enviado na semana passada e-mails a mil moradores da região sobre a presença de traficantes acampados ali.


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