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Casal sofreu coação da polícia, diz defesa
Em seu depoimento no júri, Alexandre Nardoni afirmou que, na época do crime, policiais o xingaram e o pressionaram a assinar confissão
Anna Carolina Jatobá também reclamou ao juiz da ação da polícia e disse que delegada lhe afirmou que marido "tinha cara de psicopata"
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a defesa, os réus Alexandre Nardoni e Anna Carolina
Jatobá sofreram coação da polícia nas horas e nos dias que
sucederam o crime.
"Se estivesse desde o início
[no caso], isso não teria passado
em brancas nuvens", afirma
Roberto Podval, advogado de
defesa do casal Nardoni.
Ontem, em seu depoimento
durante o julgamento, Alexandre Nardoni afirmou ter sido
maltratado na delegacia quando teve que prestar depoimento depois da morte da filha.
"Me colocaram numa sala
com oito delegados, mais investigadores. A delegada Renata
[Pontes] na minha frente e os
outros delegados em minha
volta. Me colocaram numa cadeira, como aqui, e começou a
sessão de xingamentos, palavrões de baixo calão", afirmou.
Segundo Nardoni, a polícia
tentou fazer com que ele assinasse uma confissão de homicídio culposo [quando não existe
intenção de cometer o crime]
para, assim, tirar a mulher dele
do processo.
"Jamais faria isso. Naquela
hora, estava tentando descobrir a verdade. Não estava entendendo onde eles queriam
chegar. Aquilo me deixou indignado", disse o acusado.
Anna Carolina Jatobá, quando interrogada pelo juiz Maurício Fossen, também reclamou
da ação da polícia na delegacia.
Ambos tiveram que depor
em salas separadas. "Fiquei horas em uma salinha", afirmou.
De acordo com Jatobá, os investigadores impediram que
ela usasse o telefone. E ainda a
pressionaram a dizer que Nardoni havia matado Isabella.
"Mocinha! Você sabe o que é
uma prisão? Você tem consciência do que está ocorrendo?", disseram os policiais a Jatobá, segundo o depoimento
dela dado no júri.
"A delegada Renata me disse
que o Alexandre tinha cara de
psicopata", disse Jatobá.
Na madrugada depois do crime, Jatobá e Nordoni, na versão apresentada por eles ontem, não se encontraram na delegacia. Eles prestaram depoimentos separados. Os policiais,
segundo os réus, também os expuseram à imprensa.
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