DA REPORTAGEM LOCAL

O visual mais sóbrio de Alexandre Nardoni, que tem usado óculos e roupas claras desde o início do julgamento (recurso comum entre réus que tentam reforçar uma imagem mais séria perante o júri), chamou atenção do promotor Francisco Cembranelli.

FRANCISCO CEMBRANELLI: Desde quando o senhor usa óculos? Eu não me lembrava de ver o senhor com óculos. Nesses dois anos em que esteve preso, teve algum problema de visão?
ALEXANDRE NARDONI: Eu sempre usei. O senhor que nunca viu, porque não me acompanha a vida inteira. Eu sempre tive problema de visão. O juiz Maurício Fossen, que preside a sessão, entrou no assunto e questionou o réu.
MAURÍCIO FOSSEN: Mas qual problema o senhor tem? Miopia, estrabismo?
NARDONI: Não enxergo bem de longe. E meus olhos estão irritados, estão um pouco secos. O promotor, então, retomou a palavra e logo foi repreendido pelo juiz.
CEMBRANELLI: Ao ponto que não saem lágrimas quando o senhor chora...
FOSSEN: Indefiro essa pergunta, promotor.
Mais cedo, Alexandre havia chorado no depoimento ao se lembrar da morte de Isabella.


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