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OSVALDO GARCIA MALDONADO (1932-2010)
Um médico da primeira turma da USP de Ribeirão
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao longo da carreira, iniciada em 1957, o pediatra Osvaldo Garcia Maldonado cansou
de ver crianças morrerem de
desnutrição no interior de SP.
Médico pela primeira turma da USP de Ribeirão Preto
(SP), ele criou em si um forte
senso de solidariedade, conta
a mulher, Lídia, com quem estava casado desde 1959.
Ela lembra que o marido
não se conformava com a desigualdade social, responsável por levar crianças à morte.
Após formado, o médico
nascido em Avaí (SP) trabalhou por um ano em Maringá
(PR). A convite de um amigo,
mudou-se para Presidente
Prudente (SP), onde ficou por
dez anos. Lá, foi diretor e sócio de um hospital e trabalhou na Santa Casa da cidade.
A mulher costumava brincar que, nesse período, não
dormiu uma noite sequer
com o marido, tamanha a
quantidade de atendimentos
de madrugada feitos por ele.
Segundo Lídia, Osvaldo não
perdia um dia de trabalho,
mesmo se estivesse doente.
Nos anos 70, ele se mudou
para Bauru (SP). Teve uma
clínica na cidade e foi voluntário em uma entidade para
crianças carentes.
Por volta dos 50 anos, interessou-se por homeopatia e
passou a trabalhar com isso.
Seu sonho, dizia, era ir a Paris, sentar-se às margens do
rio Sena, acender seu cigarro
e observar a paisagem tranquilamente. Não o realizou.
Há dois anos, teve uma brucelose, infecção causada por
uma bactéria. No domingo,
aos 78, morreu devido a um
edema pulmonar. Deixa viúva, cinco filhos e dois netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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