São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2001

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ADMINISTRAÇÃO

Vega, Enterpa e Cliba, que não tiveram concorrentes, apresentaram propostas semelhantes ao teto da prefeitura

Só pequenas empresas baixam preço do lixo

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A redução de R$ 1.106.239,91 que a Prefeitura de São Paulo obteve com os novos contratos emergenciais para varrição e coleta de lixo na cidade não atingiu as três empresas que já prestavam serviço e, em cujos lotes, foram as únicas a apresentar propostas.
A contratação de emergência das seis empresas, que atuam em nove regiões, aconteceu no dia 11. O critério para a contratação foi o de menor preço, conforme informação do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana).
O próprio Limpurb estipulou o preço máximo: por seis meses de contrato, a prefeitura poderia pagar R$ 156,6 milhões. No resultado final, a contratação das seis empresas atingiu R$ 155,5 milhões. Os envelopes com as propostas foram apresentados após a prefeitura determinar quais empresas estavam habilitadas.
Vega, Enterpa e Cliba, que faziam varrição e coleta de lixo para a prefeitura e contribuíram para a campanha de Marta Suplicy (PT), não tiveram concorrentes nas áreas nas quais trabalhavam e apresentaram propostas cujos preços quase se igualam ao máximo estipulado pela prefeitura.
Na administração passada, os vereadores do PT acusavam as empresas de lixo de superfaturamento e de formação de cartel.
No lote 1, que inclui as regionais da Sé e da Lapa, somente a Vega, que já atuava no local, apresentou proposta de preço.
O valor máximo determinado pela prefeitura era R$ 30.009.089,91 por seis meses. A Vega apresentou a proposta de R$ 30.008.453,02, ou seja, uma diferença de R$ 636,89, o que representa 0,0021%.
No lote quatro (Casa Verde, Freguesia do Ó, Jaçanã/Tremembé, Pirituba/Jaraguá, Perus e Santana), a Vega, que também já atuava na região, apresentou uma proposta que se diferenciou em R$ 8.217,33 do valor estipulado pelo Limpurb.
O mesmo aconteceu nas áreas que já eram administradas pela Enterpa. A empresa foi a única a apresentar propostas para os agrupamentos 3 (Cidade Ademar, Campo Limpo, Capela do Socorro e Santo Amaro), 5 (Jabaquara e Vila Mariana) e 7 (Butantã e Pinheiros). Somando-se as três regiões, a diferença de preços é de R$ 7.802,96. O valor dos contratos, nesses três agrupamentos, atinge R$ 49.687.305,47.
Nas três áreas onde houve mais de uma concorrente, a diferença entre o valor contratado e o preço fixado pela prefeitura chegou a R$ 784.809,05, como é o caso do segundo lote, que inclui as administrações regionais da Mooca e de Aricanduva/Vila Formosa.
Para esse lote, quatro empresas apresentaram propostas: Transpolix, Marca, Construrban e Marquise. A vencedora foi a Transpolix. Porém mesmo o preço da última colocada é menor do que os descontos somados oferecidos pelas empreiteiras que participaram sozinhas nos lotes. A proposta da Marquise era R$ 45.146,37 menor do que o teto da prefeitura.
No agrupamento 8 (Ipiranga e Vila Prudente) concorreram Vega, Queiroz Galvão e Marquise. A vencedora foi a Queiroz Galvão. Antes desse contrato de emergência, a Vega era responsável pelo serviço. O preço apresentado pela Queiroz Galvão ficou R$ 165.849,69 menor que o teto.
Isso também aconteceu no lote nove, que inclui as Administrações Regionais da Penha e Vila Maria/Vila Guilherme. Concorreram a Enterpa e a Marquise, e a vencedora foi esta última, com uma diferença de R$ 137.330,52 sobre o valor da prefeitura.
As empresas afirmaram que não foram beneficiadas e que o fato de apresentarem um preço praticamente equivalente ao determinado pela prefeitura confirma, segundo as empreiteiras, que o valor cobrado anteriormente "não era abusivo".



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