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HABITAÇÃO
Moradores de favela que deverá ser desocupada fecharam trecho da marginal Tietê; prefeitura não irá negociar
Subprefeito vê ação criminosa em invasão
LUÍSA BRITO
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Subprefeitura da Vila Maria/Vila Guilherme disse haver indícios da ação de criminosos por
trás da invasão de uma área no
Parque Novo Mundo, na zona
norte, onde vivem 230 famílias.
Os moradores da favela Chácara
Bela Vista interromperam o trânsito na marginal Tietê, anteontem, por quase oito horas.
A administração se recusa a negociar com os moradores. "Não
temos que oferecer opção. Os moradores têm que abandonar o local", afirmou o subprefeito da região, Antonio Perosa. "A população é usada como massa de manobra. Aquilo foi invadido por
pessoas que têm interesse de ocupar a área para fazer dinheiro." Os
moradores negam a acusação.
A reintegração de posse da favela, onde vivem 230 famílias, deve
ocorrer até 31 de maio.
Na noite de anteontem, cerca de
500 manifestantes, com pneus e
pedaços de pau, interromperam a
pista da marginal Tietê (sentido
Penha-Lapa) e chegaram a saquear caminhões em protesto contra a desocupação. O trecho ficou interditado das 18h50 às 2h30.
O confronto começou após os
moradores saberem que teriam
de deixar a favela. A reintegração
de posse foi expedida pela Justiça
em 26 de janeiro. Na confusão, a
PM usou bombas de efeito moral,
e os moradores reagiram com pedras. Quatro policiais militares e
um fotógrafo ficaram feridos.
O município não vai incluir as
famílias em programas habitacionais e benefícios sociais da prefeitura. O subprefeito disse que na
época em que a ocupação começou, em abril de 2005, a subprefeitura avisou os moradores que eles
não poderiam montar barracos
no local. As famílias que não tiverem para onde ir serão encaminhadas para abrigos municipais.
O presidente da associação de
moradores da Chácara Bela Vista,
Francisco Correia Amorim Filho,
disse desconhecer articulação de
criminosos na ação. Segundo ele,
os moradores são pessoas que trabalham legalmente. O advogado
das famílias, Rildo Marques Oliveira, disse que fará uma denúncia ao Ministério Público Estadual
em que relata a falta de ação da
prefeitura para realocar as famílias em programas habitacionais.
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