São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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Especialista elogia índice, mas teme que possa ocorrer maquiagem dos dados

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Professor da USP de Ribeirão Preto e ex-diretor do Inep, José Marcelino de Rezende Pinto afirma que a idéia do Ideb "é boa", mas está incompleta.
Segundo ele, utilizar apenas os dados relacionados a repetência e ao desempenho nas provas pode fazer com que os municípios "façam uma maquiagem" nos dados.
"Se a rede começar a aprovar todo mundo, certamente seu Ideb vai crescer", disse.
As redes municipais que receberem auxílio técnico e financeiro do governo federal terão de assinar um compromisso de implementar algumas medidas sugeridas pelo MEC, além de conseguir aumentar o desempenho no Ideb.
"O ideal seria que os municípios se comprometessem também a melhorar fatores como a qualificação dos professores e infra-estrutura. Para melhorar o produto, precisamos melhorar o processo", disse Pinto, que foi diretor do Inep no início do governo Lula.

Metas específicas
Já o professor da Faculdade de Educação da UnB Erasto Fortes elogiou o fato de o Ideb "considerar a realidade de cada município, de cada escola, para estabelecer metas específicas".
Em relação ao formato técnico do índice, que leva em conta tanto as notas de avaliações já existentes, como o tempo médio para o aluno completar o ano letivo, o professor também considera a possibilidade de algumas escolas sentirem-se incentivadas a diminuir a taxa de repetência para aumentar o seu índice. "Isso, entretanto, refletiria na nota das avaliações, o que prejudicaria a nota de qualquer maneira."
Creso Franco, pesquisador da PUC-RJ, elogia o Ideb, mas aponta algumas limitações. A primeira delas é que, além de dizer respeito apenas ao setor público, ele é restrito a escolas urbanas porque não há dados da Prova Brasil para escolas na área rural.
Outro ponto que o pesquisador entende que poderia ser aperfeiçoado é a inclusão na amostra de escolas com menos de 30 alunos, que, assim como as escolas rurais, costumam ter desempenhos pior que o das demais, segundo ele.
(AG, FT e FS)


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