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Casal não irá à simulação, diz avô de menina
Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, pai e madrasta de Isabella, eram esperados para simulação marcada para amanhã às 9h
Antonio Nardoni nega ser uma estratégia da defesa; simulação quer comprovar a suposta inconsistência dos depoimentos do casal
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, apontados pela polícia como os principais suspeitos da morte da menina Isabella, 5, não vão comparecer à simulação do crime
marcada para amanhã.
A decisão foi informada ontem pelo advogado Antonio
Nardoni, pai de Alexandre e avô
de Isabella. "Eles não vão. É
uma decisão técnica. Os advogados acharam melhor eles não
irem. Então, eles não vão comparecer, não. Já foi protocolada
uma petição na delegacia comunicando", afirmou.
O avô de Isabella nega ser
uma mudança de estratégia da
defesa. Ele diz não ver prejuízo
à imagem do casal em razão
disso. Até agora os advogados
argumentam que uma das provas da inocência dos dois é o fato de sempre colaborarem com
o trabalho da polícia.
"Eles não têm criado nenhuma dificuldade para que a polícia faça as investigações. Só
acho que eles não deveriam ir a
um local onde eles não concordam com o que a polícia entende que seria correto e eles têm a
versão deles. É uma opção que a
lei dá. Como pai, acho que eles
não devem ir", afirmou.
Para a polícia, o fato de os
dois não irem ao local não alterará em nada o trabalho.
O principal objetivo da simulação é comprovar a suposta inconsistência dos depoimentos
do casal em relação aos horários. A polícia suspeita que os
dois estavam no apartamento
quando a menina foi jogada.
Por isso, o cronômetro será o
instrumento mais valioso nessa simulação, que também contará com máquinas fotográficas, filmadoras, aparelho de
medição de som, computadores portáteis, lâmpadas especiais e bonecos. Além de desenhista, fotógrafo, peritos e um
médico legista.
Policiais com portes físicos
compatíveis com os do pai e da
madrasta de Isabella devem simular os atos atribuídos ao casal. A simulação deve durar
aproximadamente dez horas.
Para o advogado Alberto Zacharias Toron, Alexandre e Anna Carolina podem não comparecer à simulação sem nenhum
tipo de conseqüência legal, já
que a participação dos suspeitos é facultativa. "Eles exercem
um direito deles", afirmou.
Toron explica ainda que ao
não comparecer à simulação, os
advogados dos Nardoni também ganham uma forma de
contestar judicialmente o seu
resultado. E agiram corretamente, ainda segundo ele, ao
comunicarem oficialmente à
polícia essa decisão.
Antonio Nardoni informou
ainda que tanto ele quanto a
sua filha Cristiane não vão
comparecer à simulação porque não foram intimados pela
polícia. "Só se fizerem isso
amanhã [hoje]", afirmou ele.
Contra-ataque
Os advogados do casal devem
contratar peritos particulares
para auxiliar na análise dos laudos periciais sobre a morte de
Isabella.
Assim que tiveram acesso aos
laudos, na terça-feira, eles se
reuniram com Antonio Nardoni e decidiram pela contratação
dos peritos particulares.
Os advogados também já
contam com os serviços de investigadores particulares (alguns deles ex-policiais), que
também analisam o inquérito à
procura de brechas que possam
ajudar Nardoni e Anna.
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