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Avô diz que policiais alteraram cena do crime
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Antonio Nardoni, avô de Isabella Nardoni, 5,
disse ontem que no dia seguinte à morte da menina três policiais civis foram até o apartamento onde ocorreu o crime,
abriram a geladeira, consumiram alimentos, arrastaram um
sofá e assistiram televisão.
Segundo ele, três investigadores do 9º DP (Carandiru) foram na tarde de domingo até o
apartamento onde Alexandre
Nardoni, 29, e Anna Carolina
Jatobá, 24, moram com os dois
filhos e mantinham um quarto
para Isabella.
Levaram Anna Jatobá para,
diz ele, fazer uma espécie de simulação dos fatos ocorridos na
noite anterior, quando Isabella
foi atirada do sexto andar.
"Os policiais saíram do 9º DP
-o Jair, o Espínola e o Teo-,
pegaram a Anna Carolina, inclusive de uma forma arbitrária, porque levaram ela lá no
apartamento sem avisar ninguém, para fazer uma reconstituição ilegal, abriram a geladeira, tomaram Coca-Cola, comeram todos os ovos de Páscoa
das crianças, sentaram no sofá
e assistiram televisão. Fizeram
a maior farra lá. Isso aí ninguém fala", afirma Nardoni.
Isso teria ocorrido, segundo
ele, depois de duas visitas da
perícia. Depois disso, outras
cinco perícias foram feitas no
apartamento do casal.
Ele cita esse episódio para rebater a suspeita, levantada pela
polícia, de que ele e sua filha
Cristiane, 20, tentaram apagar
vestígios na cena do crime. Segundo o promotor Francisco
José Taddei Cembranelli, manchas de sangue foram limpas
para despistar a polícia.
Se houve interferência no local, diz Nardoni, ela pode ter
partido dos próprios policiais
encarregados de investigar a
morte da menina. "Eles [a polícia] têm de perguntar para eles
mesmos quem mexeu lá."
A Secretaria da Segurança
Pública confirmou que policiais do 9º DP estiveram no
apartamento dos Nardoni na
tarde de domingo, mas negam
que eles tenham mexido na cena do crime.
O advogado também afirmou
que, nos minutos seguintes ao
momento em que o corpo de
Isabella foi encontrado no jardim do prédio, vários policiais
militares entraram no apartamento e revistaram tudo. Isso
ocorreu, segundo ele, antes da
chegada da perícia.
"Eles [os PMs] foram os primeiros a entrar no apartamento. Eles revistaram o prédio inteiro, inclusive o apartamento
do Alexandre", disse.
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