FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Enquanto um clássico do U2 ecoava nas caixas de som, a universitária alemã Elisa Weber, 23, tomava goles de cerveja Heineken ao lado do namorado compatriota. Ao redor, ouvindo a música mecânica, milhares de pessoas aguardavam o início do show de uma estrela do rock.
A cena poderia se passar em Berlim, mas ocorreu na praça 15, centro do Rio, sob um viaduto. A estrela que ingressaria no palco minutos depois, por volta da 0h de ontem, era a baiana Pitty, uma das atrações do Viradão Carioca, realizado pela prefeitura há três anos. O evento, que é inspirado na Virada Cultural paulistana, atraiu 350 mil em dois dias, segundo estimativa do governo municipal.
"A festa está perfeita, a música é ótima, esse lugar é lindo", disse Elisa, que aplaudiu também dona Ivone Lara, sambista que abriu o evento na sexta-feira, a primeira das três noites do evento.
Embora encante turistas, o Viradão não despertou tanto interesse nos próprios cariocas. Poucos shows reuniram multidões, entre eles o de Pitty, que atraiu roqueiros de vários Estados. "Esta é a 17ª vez que vejo um show dela", contou a estudante mineira Maíra Nascimento, 22.
Uma apresentação da Velha Guarda da Unidos de Vila Isabel, anteontem, no próprio bairro da zona norte, em homenagem ao compositor Noel Rosa, reuniu menos de 700 pessoas, segundo estimativa da Guarda Municipal.
"O grupo é bom, mas não tem novidade. Quase toda semana tem apresentação da Velha Guarda nessa rua mesmo", disse o ambulante Mário Pereira, 53, decepcionado com a venda de bebidas.
"Se o Viradão acontecesse num final de semana comum, teria mais público, mas esse final de semana teve feriadão e muita gente viajou", disse o ambulante Flávio Reis, 36.
O evento ocorreria nos dias 9, 10 e 11 de abril, mas foi adiado por conta das chuvas que atingiram o Estado do Rio no início do mês.


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