São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 2011

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ANÁLISE

Como o congestionamento é inevitável, só resta planejar melhor futuras viagens

JAIME WAISMAN
ESPECIAL PARA A FOLHA

O motorista que gasta seis ou oito horas em intermináveis congestionamentos na sua viagem de retorno do feriado, provavelmente, há de pensar: por que diabos isso acontece? Não seria a hora de ampliar essa rodovia?
Ocorre que esses congestionamentos nos grandes feriados (Carnaval, Semana Santa, Ano Novo etc.) são eventos excepcionais, decorrentes do número elevado de veículos que demandam, num curto espaço de tempo, as rodovias que levam ao interior ou ao litoral.
E cada uma dessas datas tem características próprias: a Páscoa e o Natal são passados com a família, provavelmente, na capital ou em alguma cidade do interior. O inverno, em Campos de Jordão e o Réveillon, na praia.
As rodovias de classe "especial", como a Bandeirantes, a Ayrton Senna e outras, são dimensionadas para o volume previsto na 30ª hora de maior movimento.
Isso significa que essas rodovias, quando construídas, terão, pelo menos, 30 horas de congestionamento por ano, ou seja, quando o volume de veículos excede a capacidade da via.

SUBAPROVEITAMENTO
Construir rodovias sem congestionamento implicaria investimentos elevadíssimos, destinados a resolver só os problemas de algumas datas específicas. No restante do ano, ter-se-ia ociosidade e subaproveitamento dos recursos despendidos.
É fato que hoje os brasileiros viajam mais. O momento econômico bastante favorável vivido pelo país, com a elevação de renda e dos dispêndios da população, faz com que as pessoas busquem mais e novas alternativas de lazer e/ou de contato com familiares e amigos, o que resulta em mais veículos nas estradas.
Portanto, infelizmente, os congestionamentos serão inevitáveis nos próximos feriados. O recomendável seria planejar e programar as viagens, de forma a antecipar-se a ida e retardar-se o retorno.

JAIME WAISMAN, engenheiro civil, é professor-doutor do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP e sócio-diretor da Sistran Engenharia.


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