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SEGURANÇA
Manifestantes carregavam cartazes e paravam motoristas para contar o caso da estudante morta por tiros de fuzil
Enterro vira protesto antiviolência no Rio
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Parentes e amigos da estudante
de direito Cíntia Araújo Lima dos
Santos, 27, fizeram uma manifestação contra a violência nas ruas
próximas ao cemitério de Irajá
(zona norte do Rio), onde seu corpo foi enterrado ontem de manhã. Santos morreu na noite de
sexta-feira ao ser atingida por três
tiros de fuzil, um deles na cabeça,
em Bonsucesso (zona norte).
No cortejo estavam cerca de 200
pessoas, que levavam cartazes em
que se lia "liberdade", "segurança", "paz". Tias da estudante lideravam a manifestação e paravam
carros e ônibus para contar o caso
de Santos. "Minha sobrinha foi
morta com tiros de fuzil quando
voltava da faculdade. Estou revoltada", disse Rosângela Macedo.
Houve também críticas ao secretário de Segurança Pública,
Anthony Garotinho, e à governadora Rosinha Matheus (PSB), que
disse lamentar o episódio.
Mãe de Gabriela, 3, e Gabriel, 6,
Cíntia Santos pensava em sair do
Rio por causa da violência. De
acordo com o marido, o vendedor
Edmilson Pereira dos Santos, 34,
ela já pedira transferência para
uma universidade em Sergipe.
Colega de Santos, Edson da Silva Raimundo, 29, dirigia o carro
da estudante e negou a versão divulgada por parentes da vítima de
que havia furado uma falsa blitz.
Segundo ele, cerca de seis criminosos atiraram contra o carro,
sem motivo aparente. Mais duas
estudantes estavam no carro.
Raimundo, ferido a bala na mão
esquerda, disse que viu quando os
seis homens se aproximaram a
pé, mas que eles não o mandaram
parar nem fecharam a rua. "Eu estava a 40 km por hora e, se os bandidos mandassem parar, não seria maluco de atravessar uma
blitz", disse. O incidente ocorreu a
200 m da 21ª Delegacia de Polícia.
Adriana Domingos da Silva, 30,
que também estava no carro, disse que os vidros estavam fechados
e eles conversavam ouvindo música. Santos, Silva e Raimundo
eram colegas na UniverCidade.
Os estudantes prestarão depoimento hoje pela manhã. Segundo
a polícia, os criminosos seriam do
complexo de Manguinhos. Às
19h, haverá protesto em frente à
UniverCidade, em Bonsucesso.
Ministro
A polícia ainda não conseguiu
prender os assaltantes que agrediram a marretadas e socos o ministro do STJ (Superior Tribunal de
Justiça) Luiz Fux, na sexta-feira à
noite. Um dos supostos assaltantes, Felipe Pimentel de Oliveira
Costa Vieira, 22, teve a prisão decretada e é considerado foragido.
Fux continuava internado no
Hospital Copa D'Or (zona sul) até
a conclusão desta edição.
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