São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2005

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TERROR DOS PAULISTAS

Jovem de 19 anos havia sido levado no dia 6, em Campinas; seqüestro foi o sétimo do ano na região

Estudante foge após 19 dias de cativeiro

LÍVIA SAMPAIO
DO "AGORA"

Após passar 19 dias em um cativeiro na favela do Ouro Verde, em Campinas (95 km de São Paulo), o estudante A.J.A.J., 19, conseguiu fugir, por volta das 12h de ontem, do barraco onde ficou preso desde que foi seqüestrado, no último dia 6. Ele estava sozinho no local, sem comer, desde domingo.
A vítima, que ficou acorrentada, passa bem, segundo a polícia. Até o início da noite de ontem, ninguém havia sido preso. Só neste ano, sete pessoas foram seqüestradas na região de Campinas. Entre as vítimas estão as mães dos jogadores de futebol Rogério, do Sporting de Lisboa, Luis Fabiano, do FC Porto, e Grafite, do São Paulo -todas já libertadas.
Segundo a polícia, o estudante conseguiu se livrar das correntes pois os seqüestradores teriam esquecido de trancar o cadeado.
A. foi levado por dois homens, na tarde de 6 de maio, enquanto trabalhava no estacionamento do pai, em Santa Bárbara d'Oeste.

Classe média
Segundo o delegado Fábio Nelson Fernandes, da DAS (Divisão Anti-Seqüestro) de São Paulo, responsável pelo caso, a família da vítima é de classe média e não tinha condições de pagar o dinheiro exigido no resgate do estudante. O valor não foi informado.
Por enquanto a polícia descarta a possibilidade de a quadrilha ter ligação com os seqüestradores da filha do presidente do Esporte Clube Mogi Mirim, Márcia Barros, 24 anos, e do empresário José Ricardo Feltran, 29 anos, que estavam um mesmo cativeiro e foram libertados na última segunda-feira. Três homens acusados pelo seqüestro foram presos.
O pai de A., que é dono de uma rede de estacionamentos em Santa Bárbara, foi roubado dias antes do seqüestro, ao sair de uma agência bancária da cidade. A Polícia Civil ainda não sabe se há relação entre o roubo e o seqüestro do rapaz.


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